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OUTRO LADO
Funcionários afirmam que foram coagidos
DA REPORTAGEM LOCAL
Os funcionários da Febem
flagrados com telefones celulares pertencentes a internos afirmaram, na delegacia, que foram obrigados, sob ameaça, a
guardar os aparelhos durante a
revista feita pela Tropa de Choque da PM. Eles também disseram que apresentaram os objetos espontaneamente.
A Folha conversou com três
dos oito funcionários antes do
anúncio da demissão. Eles foram citados como "averiguados" em dois boletins de ocorrência registrados no 81º DP
(Belém) e depois liberados.
Segundo uma educadora que
não quis se identificar, pouco
antes de a PM entrar, os internos começaram a colocar celulares e outros objetos nas roupas dos funcionários. Ela diz
que só aceitou receber um celular porque foi ameaçada.
Os adolescentes também teriam mandado os educadores
permanecerem no pátio, com
os internos, durante a revista,
segundo outra funcionária, que
não quis se identificar.
Ela disse, no 81º DP, que não
chegou a receber ameaça verbal de morte, mas que os internos da unidade 1 distribuíram
os objetos de forma impositiva,
em uma ameaça velada.
O terceiro funcionário afirmou que apresentou espontaneamente o celular. Disse ao
delegado Enjolras Rello de
Araújo que, ao ser visto entregando o aparelho, foi alertado
por internos de que não poderia mais entrar no pátio da unidade. Se entrasse, poderia ser
agredido pelos adolescentes.
Segundo o delegado, os funcionários não foram presos
porque não há provas de que
estavam escondendo espontaneamente os celulares para os
internos. "Essas circunstâncias
não estão claras. Precisam ser
mais bem apuradas." Um inquérito foi aberto para apurar o
caso. Todos os funcionários foram ouvidos e liberados.
Os três funcionários afirmaram que foram contratados há
pouco mais de três meses. Como estão em contrato emergencial, foram desligados pela Febem sem a realização de uma
apuração administrativa.
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