São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tatuapé enfrenta nova rebelião

DA REPORTAGEM LOCAL

Nem a revista feita pela Tropa de Choque da PM, que resultou na demissão de oito funcionários, inibiu os internos do complexo do Tatuapé, na zona leste de São Paulo. Um tumulto foi registrado à tarde, com dois funcionários feridos. À noite, os internos de quatro unidades se rebelaram.
A situação permanecia sem controle no complexo até a conclusão desta edição. Mais três funcionários e dois internos ficaram feridos. Pelo menos um funcionário permanecia refém às 23h15 de ontem.
Segundo a Febem, os adolescentes de duas unidades tentaram uma fuga em massa por volta das 21h de ontem. Eles foram contidos pelos funcionários, que teriam conseguido evitar a saída dos internos.
Mas os adolescentes, agora de quatro unidades -duas do circuito grave, onde ficam os internos que cometeram crimes como homicídio e roubo qualificado, e duas do circuito médio, destinadas a infrações como furto e roubo simples-, iniciaram uma rebelião no complexo, a 14ª em poucos mais de quatro meses de 2005 contra um motim registrado em todo o ano passado.
A Tropa de Choque foi novamente acionada, mas não tinha entrado nas unidades rebeladas.
A situação permaneceu tensa durante todo o dia. Funcionários falaram que haveria uma retaliação dos internos pelas apreensões. Logo depois da revista, finalizada por volta das 15h, o complexo do Tatuapé registrou o que já era um indicativo do que iria ocorrer à noite.
Segundo a assessoria da Febem, internos da unidade 15 pularam um muro e tentaram invadir a unidade 13. No caminho, no entanto, teriam sido contidos por agentes de segurança, de acordo com a fundação. Os internos voltaram para a unidade.
Dois funcionários tiveram ferimentos leves. De acordo com a Febem, eles foram socorridos no próprio complexo. Não há informações de internos feridos.
Também à tarde, internos da unidade 16 do complexo, destinada ao "seguro" -os jurados de morte pelos outros adolescentes-, subiram no telhado. O grupo jogou telhas nas pessoas que passaram pela rua. Eles só foram contidos com a ameaça da intervenção de policiais militares. (GP)


Texto Anterior: Outro lado: Funcionários afirmam que foram coagidos
Próximo Texto: Violência enquadrada: Promotor usa arte para expor agressão a menor
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.