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ADMINISTRAÇÃO
Ministério Público entrou com ação civil contra a ex-prefeita sobre supostas irregularidades ocorridas em 2003
Promotoria acusa Marta de ferir lei fiscal
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Estadual
(MPE) ingressou ontem com uma
ação civil contra a ex-prefeita de
São Paulo Marta Suplicy (PT) e
seis de seus auxiliares por improbidade administrativa (mau uso
do dinheiro público). As supostas
irregularidades teriam ocorrido
em 2003, quando os cofres municipais fecharam o ano com um
déficit de R$ 590,6 milhões.
A ação, que agora será analisada
pela Justiça, diz que a gestão municipal passada superestimou receitas sem que houvesse arrecadação compatível. Ou seja, Marta
aumentou a previsão de gastos e
assumiu despesas mesmo sabendo que não haveria dinheiro para
pagá-las, afirmam os promotores.
A ação pede a devolução aos cofres municipais do que se gastou a
mais naquele ano. Pede também
que a ex-prefeita, pré-candidata
ao governo do Estado, e aqueles
que autorizaram mudanças no
Orçamento percam os direitos
políticos por até oito anos.
Marta não quis comentar em
detalhes as acusações dos promotores (leia texto ao lado).
Também são alvos da ação civil
João Sayad e Luís Carlos Fernandes Afonso (ex-secretários das Finanças), Fernando Haddad e Carlos Fernando Costa (ex-secretários interinos de Finanças), Luiz
Tarcisio Teixeira Ferreira (ex-secretário dos Negócios Jurídicos) e
Carlos Bentivegna (ex-secretário
interino dos Negócios Jurídicos).
Segundo os promotores, Marta
e seus auxiliares feriram a Lei das
Finanças Públicas e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Eles dizem
que, "agindo contra expressa disposição legal e em prejuízo ao erário, conduziram-se de forma determinante para gastar dinheiro
que a municipalidade não tinha".
Outro questionamento feito pelo Ministério Público se refere à
abertura de créditos adicionais no
Orçamento para receitas vinculadas -como dinheiro carimbado
para saúde e educação- , o que é
vedado pela legislação, segundo
os promotores.
Outras investigações
A ação sobre a gestão fiscal de
2003 é a primeira do Ministério
Público que questiona suposta infração à lei fiscal por parte de
Marta. O órgão também investiga
as contas de 2002, que fecharam
com um déficit de R$ 246,6 milhões, e as do ano passado. Segundo a equipe de Serra, Marta teria
deixado quase R$ 1,8 bilhão de déficit em 2004. Ela nega.
As contas de 2001, 2002 e 2003
de Marta foram aprovadas pelo
Tribunal de Contas do Município.
Em relação ao ano de 2003, o tribunal fez alertas quanto aos gastos incompatíveis com as receitas.
Tais alertas são usados pelos promotores como argumento para
mostrar que a ex-prefeita e sua
equipe tinham consciência do
descompasso financeiro das contas municipais naquele ano.
A Câmara Municipal, que julga
os pareceres do TCM, aprovou as
contas de 2001, 2002 e 2003 da ex-prefeita no final do ano passado.
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