São Paulo, sábado, 10 de maio de 2008

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Sete pessoas morrem em 5 h de confronto no Rio

Policiais apreenderam várias armas e munição

PAULA MÁIRAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Sete homens morreram ontem em cinco horas de confronto policial em Costa Barros, na zona norte do Rio. Cerca de 30 policiais militares do 9º BPM (Rocha Miranda) entraram, às 8h, nos morros da Pedreira, Lagartixa e Casinhas, onde apreenderam um fuzil AK-47, um fuzil calibre 762 (Mosquefal), uma submetralhadora, três pistolas e um revólver, quatro bombas caseiras, além de munição. Também houve a apreensão de 30 comprimidos de ecstasy, 120 bolas de haxixe, 5.160 embalagens com cocaína, 104 trouxinhas de maconha e 25 tabletes de 40 quilos de maconha ao todo.
A operação, planejada pelo 9º BPM, não teve alvos específicos, segundo os policiais. Os PMs vasculharam as favelas, localizadas na região em que foi seqüestrado, na quarta-feira, o tesoureiro Marcelo Camilo Fragoso, 39, do Bradesco de Vilar dos Teles, mantido refém, com uma falsa bomba presa à cintura, durante quase 18 horas. Na tarde da quinta-feira, equipe da Polícia Civil esteve nas favelas, em ação com apoio do helicóptero Águia.
De acordo com o presidente da Associação de Moradores da Lagartixa, havia cerca de dois meses que não havia operações na comunidade. Segundo a Polícia Militar, os mortos, conduzidos ao Hospital Carlos Chagas, ainda não haviam sido identificados até o final da tarde. Todos teriam idades em torno dos 20 anos.
Segundo moradores e PMs que participaram da operação, um dos mortos seria o traficante conhecido como Churrasquinho, assim apelidado pelo suposto hábito de queimar vivos inimigos de seu bando em forno improvisado com pneus. Ele seria soldado da quadrilha local, da facção Amigos dos Amigos (Ada), segundo a PM, formada por cem homens.
No morro da Pedreira houve protesto contra a operação, com apedrejamento de carros da imprensa. Moradores da Lagartixa fecharam com pneus, pedras e entulho a Estrada João Paulo 2º, de acesso à favela. Estes acusaram a polícia de ter assassinado Churrasquinho depois de rendido.
PMs que participaram da operação afirmaram que Churrasquinho estava com o fuzil AK-47 e portava uma mochila com 650 balas do calibre de sua arma. Um homem foi detido durante a operação e liberado por falta de flagrante e de antecedentes criminais.


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