São Paulo, sábado, 10 de maio de 2008

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No Rio, mãe vê filho morrer atropelado

Segundo testemunhas, vítima foi atingida por Audi prata que passou no sinal vermelho e não prestou socorro

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

O estudante universitário Marcus Vinícius Vilela Correia de Melo, 19, morreu na madrugada de ontem ao ser atropelado por um automóvel que teria avançado um sinal vermelho na avenida Nossa Senhora de Copacabana, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.
O acidente foi presenciado pela mãe dele, Isabel Vilela Correia de Melo, que estava na janela de casa, no nono andar do número 1.010 da mesma rua.
"Ela saiu correndo, desesperada", conta a irmã do padrasto do estudante, Helena Brederode de Oliveira.
Segundo ela, o rapaz já chegou morto ao hospital Miguel Couto, para onde foi levado por uma ambulância do Corpo de Bombeiros. Loan Cordeiro dos Santos Lima, 20, amigo de infância de Vinícius Correia de Melo, também foi atingido. Ele sofreu ferimentos leves e foi liberado ainda ontem.
O PM Luís Cláudio Cunha Ribeiro, do 19º BPM (Copacabana), acionado no momento do acidente, afirmou na 13ª DP (Ipanema) que testemunhas teriam visto um Audi prata, de placa não identificada, atropelar os jovens quando eles atravessavam a rua.
Com o impacto, Melo teria sido jogado contra um caminhão, também não identificado. Nenhum deles parou para prestar assistência.
A polícia irá instaurar inquérito para apurar os responsáveis pelo acidente, que poderão ser indiciados sob a acusação de homicídio culposo e lesão corporal culposa.
O desrespeito aos sinais de trânsito é problema recorrente no Rio. Segundo a CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego), todos os meses ocorrem em média 20 mil infrações do tipo na zona sul.
Brederode contou que Isabel telefonara para o filho pouco antes do acidente, para saber se ele já estava a caminho de casa.
O rapaz tinha ido a uma festa no Clube Israelita Brasileiro, no mesmo bairro, e parou para tomar um suco em uma lanchonete na esquina da Nossa Senhora de Copacabana com a Xavier da Silveira. O acidente teria acontecido quando ele atravessava a rua para retornar para casa, a poucos metros dali.
O enterro, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, foi marcado por expressão de revolta pelos familiares. Isabel repetia em frente ao caixão: "Volta, meu filhinho, volta".
O policial civil Domingos Vilela, tio do estudante, disse que o sobrinho havia recebido o primeiro salário havia poucos dias. Ele estudava administração na Universidade Gama Filho e tinha conseguido o primeiro emprego em um shopping center. Seu aniversário de 20 anos seria comemorado no próximo dia 23.


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