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No Rio, mãe vê filho morrer atropelado
Segundo testemunhas, vítima foi atingida por Audi prata que passou no sinal vermelho e não prestou socorro
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
O estudante universitário
Marcus Vinícius Vilela Correia
de Melo, 19, morreu na madrugada de ontem ao ser atropelado por um automóvel que teria
avançado um sinal vermelho na
avenida Nossa Senhora de Copacabana, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.
O acidente foi presenciado
pela mãe dele, Isabel Vilela
Correia de Melo, que estava na
janela de casa, no nono andar
do número 1.010 da mesma rua.
"Ela saiu correndo, desesperada", conta a irmã do padrasto
do estudante, Helena Brederode de Oliveira.
Segundo ela, o rapaz já chegou morto ao hospital Miguel
Couto, para onde foi levado por
uma ambulância do Corpo de
Bombeiros. Loan Cordeiro dos
Santos Lima, 20, amigo de infância de Vinícius Correia de
Melo, também foi atingido. Ele
sofreu ferimentos leves e foi liberado ainda ontem.
O PM Luís Cláudio Cunha
Ribeiro, do 19º BPM (Copacabana), acionado no momento
do acidente, afirmou na 13ª DP
(Ipanema) que testemunhas
teriam visto um Audi prata, de
placa não identificada, atropelar os jovens quando eles atravessavam a rua.
Com o impacto, Melo teria sido jogado contra um caminhão,
também não identificado. Nenhum deles parou para prestar
assistência.
A polícia irá instaurar inquérito para apurar os responsáveis pelo acidente, que poderão
ser indiciados sob a acusação
de homicídio culposo e lesão
corporal culposa.
O desrespeito aos sinais de
trânsito é problema recorrente
no Rio. Segundo a CET-Rio
(Companhia de Engenharia de
Tráfego), todos os meses ocorrem em média 20 mil infrações
do tipo na zona sul.
Brederode contou que Isabel
telefonara para o filho pouco
antes do acidente, para saber se
ele já estava a caminho de casa.
O rapaz tinha ido a uma festa
no Clube Israelita Brasileiro,
no mesmo bairro, e parou para
tomar um suco em uma lanchonete na esquina da Nossa Senhora de Copacabana com a
Xavier da Silveira. O acidente
teria acontecido quando ele
atravessava a rua para retornar
para casa, a poucos metros dali.
O enterro, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap,
foi marcado por expressão de
revolta pelos familiares. Isabel
repetia em frente ao caixão:
"Volta, meu filhinho, volta".
O policial civil Domingos Vilela, tio do estudante, disse que
o sobrinho havia recebido o primeiro salário havia poucos
dias. Ele estudava administração na Universidade Gama Filho e tinha conseguido o primeiro emprego em um shopping center. Seu aniversário de
20 anos seria comemorado no
próximo dia 23.
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