|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Ministério vê demanda maior
DA REPORTAGEM LOCAL
O coordenador de serviços farmacêuticos do Ministério da Saúde, Dirceu Barbano, afirma que a
falta de medicamentos no SUS está relacionada à crescente demanda de usuários do sistema público
de saúde brasileiro. E que não há
nenhuma relação entre esse fato e
a presença nas unidades do Farmácia Popular de remédios que
estão em falta nos postos da prefeitura paulistana.
"A rede do SUS não se relaciona
em nenhum momento com o
programa que acabamos de lançar. Nem na verba orçamentária
nem na forma de aquisição e distribuição dos medicamentos",
afirma o coordenador.
Para ele, o SUS continua sendo a
prioridade do governo federal.
"Separamos R$ 3,6 bilhões do orçamento para a compra de medicamentos neste ano, um aumento
de 44% em relação a 2002. Também investimos na reestruturação dos laboratórios públicos."
Segundo Barbano, com um investimento relativamente pequeno,
em relação ao que se gasta no
SUS, as novas farmácias podem
produzir um resultado "bem positivo" no futuro.
Barbano vê ainda outro ponto
destaque no programa Farmácia
Popular: a criação de uma referência no mercado nacional de
medicamentos. "A ação do governo, de se colocar no setor privado
produzindo remédios, amplia o
acesso do cidadão e servirá como
sinalizador para um setor que
sempre viveu do jeito que quis."
O coordenador questiona por
que os preços do Farmácia Popular são tão menores que os vendidos pela rede particular. E afirma:
"o mercado terá de se mexer para
entender que os preços podem ser
menores do que são hoje".
O coordenador afirma que há
uma dificuldade do sistema público em manter sua rede abastecida. Mas salienta que é uma responsabilidade compartilhada entre União, Estados e municípios.
Questionado sobre como deveriam proceder os paulistanos que
não encontraram remédios nos
postos da prefeitura, Barbano
afirmou: "Essas pessoas precisam
denunciar no Conselho Municipal de Saúde, cobrar do poder público para que o remédio esteja
disponível no sistema público".
A Ouvidoria da prefeitura instaurou 39 procedimentos sobre
falta de remédios e médicos em
2003, contra 69 em 2002.
Prefeitura
A Secretaria Municipal da Saúde, responsável pelos postos de
saúde da capital paulista, informou, por meio de nota, "que vem
fazendo um esforço prioritário na
área de medicamentos para a
atenção básica". Segundo a pasta,
em 2002 foram gastos R$ 12 milhões na área, em 2003, R$ 36 milhões, e a previsão, para 2004, é
chegar a R$ 64 milhões.
"Além disso, o sistema de distribuição está sendo melhorado por
meio da criação de uma central de
distribuição, operada em parceria
com os Correios. Também será
implantado um novo sistema de
informações de estoques".
De acordo com a prefeitura, as
Unidades Básicas de Saúde citadas pela reportagem foram abastecidas no mês de maio. A Saúde
atribuiu a falta de alguns dos 49
itens à falha dos fornecedores,
que atrasaram as entregas.
"Quando isso ocorre medidas administrativas, como multas, são
aplicadas". O município não informou o total de autuações e
quais já foram pagas.
Ainda segundo a prefeitura, alguns medicamentos não encontrados pela população nos postos,
como o Celestamine e o Vioxx,
não são distribuídos por não pertencerem à Rename (Relação Municipal de Medicamentos Essenciais), e há medicamentos correspondentes na rede. A Rename é o
rol de remédios incorporados pelo SUS e tem cerca de 300 drogas.
O telefone da Ouvidoria da Prefeitura de
São Paulo é 0800-175717
Texto Anterior: Saúde: Farmácia de Lula vende o que falta no SUS Próximo Texto: Em Salvador, usuário critica atendimento Índice
|