São Paulo, sábado, 10 de junho de 2006

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Ruas do Rio viram "camarote vip" para acompanhar a Copa

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

Eles começaram com uma televisão de 14 polegadas e uns caixotes, em 1978, na esquina da rua Alzira Brandão, na Tijuca (zona norte do Rio). Nem dez pessoas acompanharam o 1º jogo da seleção nessa Copa do Mundo, um empate de 1 a 1 com a Suécia. Agora, 28 anos depois, a tradicional Turma do Alzirão espera mais de 50 mil torcedores para acompanhar, num telão de 300 polegadas, a disputa pelo hexacampeonato.
Se no princípio eles tinham de bater de porta em porta em busca do dinheiro para decorar a rua e pagar as cervejas da turma, hoje há disputa entre cervejarias para decidir quem vai ser o patrocinador da festa. Segundo o presidente da turma, Ricardo Ferreira, 46, a Nova Schin vai fornecer 20 mil latinhas de cerveja por jogo.
Do outro lado da cidade, 25 ruas da Rocinha disputam quem será o vencedor do concurso de decoração para a Copa. O prêmio é um telão alugado para o primeiro jogo do Brasil, 20 caixas de cerveja e cerca de 50 quilos de carne.
A galera da rua 3, na parte alta da favela, já arrecadou R$ 800. Eles investiram pesado nas caricaturas de jogadores. Agora, só falta a do Mineiro, último convocado. A disputa acontece neste final de semana. Dez jurados ficarão encarregados da decisão.
A turma do Alzirão já não gasta mais dinheiro com a decoração. Mas, em 1978, não havia enfeites nem pintura na rua, acessórios incluídos na Copa seguinte, quando algumas centenas de pessoas já participavam da festa tijucana.
"Eram quatro caixotes, onde a gente sentava para ficar de conversa fiada. Aí foi juntando gente e agora assistimos aos jogos no meio de uma multidão", disse o presidente da turma, um dos fundadores do Alzirão.


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