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Ruas do Rio viram "camarote vip" para acompanhar a Copa
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Eles começaram com uma
televisão de 14 polegadas e uns
caixotes, em 1978, na esquina
da rua Alzira Brandão, na Tijuca (zona norte do Rio). Nem
dez pessoas acompanharam o
1º jogo da seleção nessa Copa
do Mundo, um empate de 1 a 1
com a Suécia. Agora, 28 anos
depois, a tradicional Turma do
Alzirão espera mais de 50 mil
torcedores para acompanhar,
num telão de 300 polegadas, a
disputa pelo hexacampeonato.
Se no princípio eles tinham
de bater de porta em porta em
busca do dinheiro para decorar
a rua e pagar as cervejas da turma, hoje há disputa entre cervejarias para decidir quem vai
ser o patrocinador da festa. Segundo o presidente da turma,
Ricardo Ferreira, 46, a Nova
Schin vai fornecer 20 mil latinhas de cerveja por jogo.
Do outro lado da cidade, 25
ruas da Rocinha disputam
quem será o vencedor do concurso de decoração para a Copa. O prêmio é um telão alugado para o primeiro jogo do Brasil, 20 caixas de cerveja e cerca
de 50 quilos de carne.
A galera da rua 3, na parte alta da favela, já arrecadou R$
800. Eles investiram pesado
nas caricaturas de jogadores.
Agora, só falta a do Mineiro, último convocado. A disputa
acontece neste final de semana.
Dez jurados ficarão encarregados da decisão.
A turma do Alzirão já não
gasta mais dinheiro com a decoração. Mas, em 1978, não havia enfeites nem pintura na rua,
acessórios incluídos na Copa
seguinte, quando algumas centenas de pessoas já participavam da festa tijucana.
"Eram quatro caixotes, onde
a gente sentava para ficar de
conversa fiada. Aí foi juntando
gente e agora assistimos aos jogos no meio de uma multidão",
disse o presidente da turma,
um dos fundadores do Alzirão.
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