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Líder do PCC
discute com
deputado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A inquirição de Marcola
transcorria em tom cordial.
Súbito, o deputado Moroni
Torgan alterou o timbre de
voz. Acusou a facção de aproveitar-se dos presos, obrigando-os a reincidir no crime para financiar o PCC.
Marcola irritou-se.
MORONI - O que existe é uma
organização criminosa.
MARCOLA - Vamos parar o
grito (...).
MORONI - Uma organização
criminosa.
MARCOLA - Vamos gritar. É
isso que o senhor quer?
MORONI - Eu falo do jeito que
eu quiser (...).
MARCOLA - Não grita, pô!
MORONI - Agora eu quero dizer, com todo o respeito que
eu tenho pela humanidade: o
PCC existe para explorar os
coitados dos presos que têm
que sair para rua e trabalhar
para eles. Tem que trabalhar,
tem que ser criminoso. Se tu
saíres, pagar tua pena, tu
tens que ir para rua para ser
criminoso.
MARCOLA - E o que é que os
deputados fazem? Não roubam também? Roubam para
caralho, meu!
MORONI - É, isso vai ser outra
coisa que tu vai ser indiciado
também.
MARCOLA - Só porque deputado rouba eu vou ser indiciado?
MORONI - Por desacato. (...)
MARCOLA - Que moral tem algum deputado para vir gritar
na minha cara? Nenhuma.
MORONI - Todo homem de
bem tem moral de falar.
MARCOLA - Mas quem disse
que... Cadê o homem de
bem? Todo bandido fala que
é homem de bem.
Marcola desculpou-se. Lamentou ter pronunciado um
palavrão. Não foi indiciado.
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