São Paulo, sexta-feira, 10 de julho de 2009

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2 são condenados por crime da Mega-Sena

Réus pegaram 18 anos de prisão cada um pelo assassinato de ganhador de R$ 51,8 milhões na loteria; defesa já recorreu

Condenações complicam a situação da viúva, acusada de encomendar a morte do marido e que aguarda seu julgamento em liberdade

FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO

Após três dias de julgamento, dois réus foram condenados a 18 anos de prisão cada um, em regime fechado, por matarem e furtarem o ex-trabalhador rural René Senna, assassinado em Rio Bonito (74 km do Rio) em 7 de janeiro de 2007, um ano e meio após ele ganhar R$ 51,8 milhões na Mega-Sena.
Os condenados, os ex-seguranças Anderson Silva de Sousa e Ednei Gonçalves Pereira, já estavam presos. Seus advogados alegam que os dois são inocentes e já recorreram.
As condenações complicam a situação da viúva de Senna, a ex-cabeleireira Adriana Ferreira Almeida, acusada de ter encomendado a morte do marido. Ela nega o crime e aguarda julgamento em liberdade.
Outras três pessoas são acusadas pelo crime: o cabo da PM Marco Antônio Vicente, o sargento Ronaldo Amaral de Oliveira e a professora de educação física Janaína Silva de Oliveira, mulher de Sousa e amiga de Adriana. O julgamento deles ainda não tem data marcada.
Sousa e Pereira foram condenados a 15 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado -por motivo torpe, mediante promessa de recompensa e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima- e a três anos por furto qualificado.
Segundo a denúncia, Senna foi surpreendido e não teve chance de fugir -ele não tinha pernas, amputadas devido ao diabetes. Após o crime, a dupla escapou levando uma bolsa da vítima com dinheiro e uma arma. A condenação foi decidida pelo júri por 4 votos a 3. A pena foi determinada pela juíza Roberta Santos Braga Costa.
Senna foi assassinado com quatro tiros na porta de um bar. Segundo a polícia, os disparos foram efetuados por Sousa, que fugiu na garupa da moto dirigida por Pereira. Os policiais Oliveira e Vicente estariam em um carro apoiando a ação. Janaína também teria ajudado.
De acordo com a polícia, o crime foi motivado pelo interesse de Adriana em ficar com metade da fortuna de Senna. Quatro dias antes do crime, ele descobriu que ela havia sacado R$ 300 mil para comprar um apartamento. Durante as investigações, policiais chegaram a um motorista de van que admitiu ser amante de Adriana.


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