São Paulo, sexta-feira, 10 de julho de 2009

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Beira-Mar terá bens leiloados pela Justiça de MG

Advogados do traficante preso ainda podem recorrer

BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A Justiça de Minas Gerais determinou o sequestro e leilão de 14 imóveis e cinco veículos do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. A decisão também inclui o sequestro dos saldos de 23 contas correntes, poupanças e cartões de crédito.
Não há uma avaliação oficial de quanto valem os bens sequestrados pela Justiça. Eles já estavam indisponíveis, em caráter liminar, desde 1996. Segundo o juiz José Eustáquio Lucas Pereira, da 3ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte, o patrimônio foi formado com dinheiro do tráfico de drogas.
Entre os imóveis estão dois apartamentos em Belo Horizonte (MG), um apartamento e uma loja em Guarapari (ES), uma casa em Curitiba (PR) e uma outra loja em Vitória (ES).
Ainda cabe recurso à decisão. A Folha não conseguiu localizar os advogados do traficante ontem. O telefone registrado na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Adalberto Lustosa de Matos, que representa Beira-Mar nas ações em curso na Justiça mineira, não pertence mais a ele.
Após as possibilidades de recurso serem esgotadas, os valores depositados nas contas e o dinheiro obtido nos leilões serão revertidos para o Fundo Nacional Antidrogas, gerido pela União, de acordo com a determinação judicial.
Apenas duas contas correntes estavam no nome do traficante, em uma agência da Caixa Econômica Federal em Alfredo Chaves (55 km de Vitória-ES). O resto, assim como as cadernetas de poupança, estava no nome de parentes, amigos ou laranjas. Em apenas uma delas, a movimentação chegou a R$ 671 mil entre outubro de 1995 e junho de 1996, período da investigação.
O patrimônio de Beira-Mar era superior aos bens sequestrados pela Justiça mineira. Em 2008, a Justiça Federal no Paraná determinou o confisco de uma fazenda no Paraguai, um avião, uma lancha, 13 veículos e cinco outros imóveis.
Ele cumpre pena por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).
Ano passado, Beira-Mar foi condenado a 29 anos de prisão pela 2ª Vara Federal de Curitiba por comandar uma quadrilha de tráfico de drogas e armas e por lavagem de dinheiro, tudo de dentro da cadeia. No mesmo ano, ele foi condenado a seis anos de prisão, por associação ao tráfico de drogas, no Rio.


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