São Paulo, sexta, 10 de julho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PM apura se houve excesso

da Reportagem Local

O coronel Luiz Carlos de Oliveira Guimarães, corregedor da Polícia Militar de São Paulo, informou ontem à tarde que está investigando as denúncias com todo o rigor necessário.
Ele afirma que tomou conhecimento do caso na última terça-feira, após se reunir com Benedito Domingos Mariano, ouvidor da polícia.
"Apesar de as denúncias serem muito graves, nada foi comprovado ainda. Mas estamos apurando se houve excesso ou não dos policiais com todo o rigor. É muito cedo para dizer qualquer coisa. Vamos aguardar primeiro a elaboração dos exames de corpo de delito", declarou Guimarães.
Parte das supostas vítimas de espancamento e tortura foram ouvidas ontem pela corregedoria. O teor dos depoimentos não foi revelado. Ouvida ontem à tarde pela Folha, J.I.S. afirmou que o grupo reconheceu dez policiais militares fotograficamente. A corregedoria informou que alguns PMs foram reconhecidos por fotografias, mas não disse quantos.
Até o momento, nenhum policial foi preso administrativamente. Sempre que a PM tem alguma coisa contra algum policial, ele fica recolhido por quatro dias úteis para não atrapalhar as investigações.
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luís Antonio Marrey, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o Ministério Público vai acompanhar atentamente as investigações feitas pela corregedoria. Marrey disse ainda que as informações que chegaram até o seu conhecimento davam conta de que a operação da PM em Pirituba transcorreu com total legalidade.
Apesar de serem consideradas gravíssimas, a Folha apurou que o Ministério Público e o comando da PM estão considerando as denúncias com uma certa reserva.
Como para eles está praticamente fechado que o local era um ponto de tráfico de drogas, não está nem um pouco descartada a hipótese de as supostas vítimas estarem inventando toda essa história.
Segundo informações do MP e da PM, Cláudio Luiz da Silva era foragido. Além disso, todas as mulheres que se dizem vítimas de agressões viveriam em função do tráfico. (CA e RK)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.