São Paulo, sexta, 10 de julho de 1998

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"Foi a 5ª invasão', diz morador

da Reportagem Local

O irmão do perueiro Cláudio Luiz da Silva, o instalador de pára-raios L.E.S., diz que colocou vidros e arames farpados nos muros da frente da casa para aumentar a segurança das oito famílias que moram ali.
Ele afirma, porém, que não tem medo de ladrões. Segundo ele, assaltos a residências na região são muito raros.
"Fiz isso para impedir que a polícia continuasse fazendo invasões aqui. Mas não adiantou. Eles vêm com escada e entram no quintal pelas casas vizinhas."
De acordo com L., a polícia já invadiu o quintal cinco vezes desde 1993.
Ele atribui isso ao fato de Cláudio ter sido testemunha de uma chacina há cinco anos.
Na chacina, cinco pessoas foram baleadas e três morreram, entre elas um outro irmão de Cláudio e L., chamado Aureci.
"Os dois sobreviventes da chacina disseram que tinha um policial da Rota envolvido", afirma L.
Ele conta que passou a acompanhar as investigações da matança e sofreu muitas represálias por isso. "Eu tinha um bar, e os policiais da Rota me obrigaram a fechá-lo. Fiquei um tempo desempregado e agora arrumei um emprego como instalador de pára-raios.
Segundo L., quando ele e as cinco mulheres que dizem ter sido torturadas retornaram ontem por volta da 1h da Corregedoria da PM, perceberam que um carro da Rota estava dando voltas no quarteirão da casa. (RK)



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