São Paulo, sexta, 10 de julho de 1998

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Polícia obtém pista de mortes no parque

MARCELO GODOY
da Reportagem Local

Um telefonema feito por uma das seis mulheres mortas na mata do Parque do Estado (zona sul de São Paulo) é a principal pista da polícia para saber como o assassino conduz as vítimas àquele local.
No dia em que desapareceu, 10 de janeiro passado, a vendedora Raquel Mota Rodrigues, 23, telefonou para a prima e disse ter encontrado um "rapaz muito legal" que lhe havia feito o convite de posar para fotos que seriam usadas em catálogos de cosméticos.
A prima tentou dissuadi-la, mas Raquel acreditou na proposta e disse que as fotos seriam feitas num estúdio na divisa de Diadema com São Paulo. O corpo da vendedora foi achado em 29 de janeiro.
O Parque do Estado fica na divisa entre as cidades de Diadema, São Bernardo do Campo e São Paulo. Os corpos das seis mulheres foram achados no parque por meio de uma trilha que começa no Jardim Campanário, em Diadema.
"Existe a possibilidade de o assassino convencer suas vítimas a acompanhá-lo até o parque", disse o delegado Luiz Eduardo Marturano, da equipe C-Sul do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
A polícia está tentando traçar o perfil das vítimas e do assassino. As duas únicas vítimas identificadas - Raquel e a balconista Selma Ferreira Queiroz, 18- têm semelhanças físicas. Jovens de cabelos ondulados e morenos, elas tinham cerca de 1,7 metro de altura.
"Ainda precisamos identificar as outras vítimas para saber se o assassino tem preferência por algum tipo de mulher", disse o investigador Luis Carlos Santos.
Para a polícia, a principal hipótese é de que o assassino seja um maníaco sexual e de que os seis crimes tenham ligação. Perto do corpo de uma das mulheres, a polícia achou um óculos.

Varredura
Ontem uma tropa de 13 homens do COE (Comando de Operações Especiais) da PM foi ao local do parque onde estavam os corpos. O COE identificou na mata uma trilha principal e três secundárias.
Esse serviço poderá servir de preparação para uma varredura maior. "Quem matou as mulheres tinha preparo físico e conhecimento do terreno", disse o aspirante Hermes Ribeiro de Almeida.



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