|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ladrão e vítima vão
juntos recuperar jóias
da Agência Folha, em Curitiba
Uma empresária de Curitiba foi
obrigada a acompanhar o ladrão
de suas jóias, que está preso, a
duas agências da Caixa Econômica
Federal para recuperá-las.
A empresária e professora universitária Elvira Sampaio acompanhou o homem que havia assaltado seu apartamento em 2 de março, já que ele havia penhorado o
produto do roubo e só ele poderia
assinar o termo de retirada.
O caso aconteceu na última terça. O assalto havia ocorrido no
apartamento de Elvira, no bairro
Rebouças. O acusado, Antoninho
Itacir Barbosa, foi preso por policiais da Delegacia de Furtos e Roubos na última segunda-feira depois de uma denúncia anônima.
Segundo o investigador Henrique Taborda e Feijó, Barbosa confessou o crime, indicando a localização do apartamento de Elvira e
mostrando as cautelas do penhor.
Foram roubadas, entre outros
bens, jóias avaliadas em R$ 7.000
-que o acusado penhorou por R$
599. Segundo Elvira, a CEF informou que a entrega das jóias só poderia ser feita mediante o pagamento dos R$ 599. Além da assinatura de Elvira, também foi exigida a assinatura de Barbosa.
Na última terça-feira, um policial civil, em um camburão, levou
o acusado às duas agências da
CEF. Elvira foi levada em outro
veículo. Barbosa assinou os documentos no carro. Elvira disse que
só viu o acusado à distância, e que
ele parecia "bem-apessoado".
"Preferi não encarar o ladrão."
Foi aberto inquérito contra Barbosa. Como não houve flagrante,
ele foi libertado pela polícia.
Elvira disse achar um absurdo o
banco ter exigido a assinatura do
acusado para liberar as jóias. "A
assinatura do ladrão vale mais que
a minha", reclama. Ela protesta
contra o fato de a CEF ter aceito o
penhor de produto de roubo sem a
suficiente checagem, e também
por ter sido obrigada a pagar pelo
resgate dos objetos penhorados.
Segundo a assessoria de imprensa da CEF, é impossível checar a
procedência dos objetos que são
penhorados, e o banco "banca o
risco" de receptar produtos roubados. A Agência Folha não conseguiu localizar ontem Antoninho
Barbosa.
(ROGER MODKOVSKI)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|