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Estado afirma que irá punir policiais se irregularidade for comprovada
Estamos investigando, dizem secretário e PM
da Reportagem Local
O secretário-adjunto da Segurança
Pública de São Paulo, Mário Papaterra
Limongi, disse que
vai instaurar um
procedimento interno para apurar os possíveis excessos cometidos por policiais civis no 26º DP.
"Não compactuamos com qualquer tipo de tortura. Se os policiais entraram com capuz, já é
uma irregularidade. É sinal de que
estavam mal-intencionados",
afirmou Limongi.
Segundo o secretário-adjunto, é
"natural" que a denúncia de presos seja vista com reservas. "Com
a fita, a denúncia é mais consistente. Vamos investigar e, em caso de irregularidades, punir os
policiais com rigor."
O juiz corregedor do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), Maurício Lemos Porto Alves, disse que recebeu a gravação
e que a encaminhou a peritos, para que fizessem a transcrição.
"Recebi a fita, mas a qualidade é
muito ruim. Ainda não tenho a
reprodução, mas tudo será investigado", afirmou Alves.
Sigilo
O caso do 26º DP já é alvo de investigação pelo Ministério Público, onde foi aberta uma sindicância sigilosa.
"Juntamos documentos e o próximo passo é identificar os policiais que estiveram na cadeia no
dia 16 de maio", afirmou o promotor Gabriel Inellas.
Segundo ele, após a identificação, os presos serão chamados
para tentar reconhecer os possíveis agressores.
"Essa identificação é muito importante, pois a gravação tem
qualidade ruim. O reconhecimento basta para que os policiais
sejam indiciados", disse Inellas.
Por meio da Pastoral Carcerária, o caso de tortura no 26º DP foi
parar também na Ouvidoria da
Polícia de São Paulo.
"Queremos saber o que ocorreu
na cadeia naquele dia. É preciso
compreender que, mesmo que a
vítima seja um preso, nenhuma
pessoa pode ser torturada. É um
delito hediondo", disse o ouvidor,
Benedito Domingos Mariano.
Polícia Militar
O Comando Geral da Polícia
Militar de São Paulo informou
que já instaurou uma sindicância
para apurar o procedimento do
comandante do 5º Batalhão de
Policiamento Militar Metropolitano, tenente-coronel Edson Pimenta Bueno Filho.
A corregedoria da Polícia Militar recebeu uma cópia da gravação em que o tenente-coronel
aparece insultando autoridades e
incentivando a tropa ao crime.
A assessoria da Polícia Militar
informou que o comandante-geral não vai comentar o assunto até
a conclusão do procedimento interno.
Disse também que as investigações estão "bem encaminhadas".
De acordo com a assessoria, é
preciso confirmar as condições
em que a fita foi gravada.
Se ficar comprovado que as frases partiram do tenente-coronel,
segundo a assessoria, ele será punido pelo comando da Polícia Militar.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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