São Paulo, Domingo, 10 de Outubro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Questão ética divide os especialistas

da Redação

Especialistas de bioética têm opiniões divergentes sobre a seleção de embriões em laboratório.
Para o padre Léo Pessini, coordenador do Núcleo de Bioética do Centro Universitário São Camilo, a ciência dispõe hoje de técnicas que tornaram possível uma triagem humana. "Rompeu-se a realidade do amor incondicional. É bom perguntar se, ao condicionar-se o amor à exclusão, não se está também sacrificando o próprio amor, em favor do egoísmo que seleciona e acolhe somente os perfeitos", avalia.
Para Pessini, esta forma de seleção embrionária não deixa de ser uma forma refinada de eugenia.
"O objetivo fundamental da ciência pautada por valores éticos é terapêutico, ou seja, corrigir e aperfeiçoar o que na natureza impede a vida de desabrochar e causa sofrimento", diz.
O médico Marco Segre, presidente da Sociedade Brasileira de Bióetica, tem opinião totalmente contrária. Ele afirma que acha perfeitamente saudável a seleção de embriões com objetivo de se evitar a transmissão de uma doença genética.
"Defendo que as pessoas tenham autonomia para traçar seu próprio destino. Se uma mulher conseguiu, por meio de uma seleção de embriões, evitar que seu filho herde uma doença, eu só posso achar isso excelente", diz.
O médico Antônio Henrique Pedrosa Neto, secretário-geral do CFM, diz que não há restrições jurídicas para a seleção de embriões em casos de doenças genéticas.


Texto Anterior: Saúde: Seleção de embrião evita mal hereditário
Próximo Texto: Menopausa pode atingir até adolescentes
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.