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Questão ética divide os especialistas
da Redação
Especialistas de bioética têm
opiniões divergentes sobre a seleção de embriões em laboratório.
Para o padre Léo Pessini, coordenador do Núcleo de Bioética do
Centro Universitário São Camilo,
a ciência dispõe hoje de técnicas
que tornaram possível uma triagem humana. "Rompeu-se a realidade do amor incondicional. É
bom perguntar se, ao condicionar-se o amor à exclusão, não se
está também sacrificando o próprio amor, em favor do egoísmo
que seleciona e acolhe somente os
perfeitos", avalia.
Para Pessini, esta forma de seleção embrionária não deixa de ser
uma forma refinada de eugenia.
"O objetivo fundamental da
ciência pautada por valores éticos
é terapêutico, ou seja, corrigir e
aperfeiçoar o que na natureza impede a vida de desabrochar e causa sofrimento", diz.
O médico Marco Segre, presidente da Sociedade Brasileira de
Bióetica, tem opinião totalmente
contrária. Ele afirma que acha
perfeitamente saudável a seleção
de embriões com objetivo de se
evitar a transmissão de uma
doença genética.
"Defendo que as pessoas tenham autonomia para traçar seu
próprio destino. Se uma mulher
conseguiu, por meio de uma seleção de embriões, evitar que seu filho herde uma doença, eu só posso achar isso excelente", diz.
O médico Antônio Henrique
Pedrosa Neto, secretário-geral do
CFM, diz que não há restrições jurídicas para a seleção de embriões
em casos de doenças genéticas.
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