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Pré-julgamento provocou erro
do "Agora São Paulo"
Os acusados foram condenados
desde o primeiro dia das investigações com base no que duas
crianças de quatro anos disseram
a suas mães.
O delegado Edelcio Lemos recebeu a denúncia de que as crianças
eram levadas pelo perueiro Maurício Alvarenga para a casa dos
pais de um aluno, Saulo e Mara
Costa Nunes, onde seriam molestadas pelos acusados.
Lemos interrogou as crianças
sem o auxílio de psicólogos e não
conseguiu nenhuma resposta delas sobre o abuso.
Laudo
Baseado apenas em um laudo
parcial do IML que indicava que
F.J. poderia ter sofrido abuso sexual porque tinha pequenas lesões no ânus, Lemos prendeu
Saulo e Mara e indiciou os outros
quatro, acusando-os de abuso sexual contra as crianças.
O caso foi amplamente divulgado pela imprensa, que noticiou a
versão do delegado. A maior parte dos veículos de comunicação
não fez nenhum questionamento
aos delegados e muitos incentivaram a violência física contra os
acusados.
Por causa da falta de provas, a
Justiça determinou que o delegado Gerson Carvalho assumisse as
investigações.
Ele ouviu novos depoimentos,
pediu outros exames ao IML e o
acompanhamento de uma psicóloga. Carvalho descobriu que F.C.
tinha problemas de intestino, razão dos ferimentos. O delegado
Lemos não quis comentar o caso.
Carvalho afirmou que seria deselegante falar sobre as investigações, mas disse ter certeza da inocência dos acusados. "Quando
concluí o inquérito tinha absoluta
convicção de que não houve abuso, pelo menos por parte dos funcionários", disse.
(MC)
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