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Educadores falam que indicação é o pior método
Especialistas têm ressalvas
na nomeação de cargos
DO ENVIADO ESPECIAL A CAXAMBU (MG)
A nomeação política para diretores de escolas foi apontada
como a pior forma de seleção
por três dos quatro educadores
e gestores ouvidos pela reportagem. Nenhum deles defendeu este método de escolha.
"É a pior forma de escolha.
Significa que o diretor, mesmo
que ele seja bom, terá de sair se
o vereador que o indicou brigar
com o prefeito", alega Maria do
Pilar, secretária de Educação
Básica do MEC (Ministério da
Educação). "Não há plano pedagógico de escola que resista",
completa Pilar.
Presidente da Undime (entidade que reúne os secretários
municipais de Educação),
Cleuza Rodrigues afirma que a
gestão da escola precisa ser
"profissional". Ela explica que a
entidade apresenta, em todos
os seus congressos, formas de
evitar as indicações políticas.
Ângelo Ricardo de Souza
também aponta o sistema de
nomeação como a pior prática
para as escolas. "As formas democráticas dão mais legitimidade aos diretores", afirma.
Para Souza, os concursos públicos escolhem, tecnicamente,
muito bem os diretores. "Se a
pessoa foi escolhida é porque
ela se mostrou superior às demais na seleção", afirma.
Ele lembra, no entanto, "que
os selecionados podem não ter
o preparo de articulação política para comandar uma escola, o
que não está ligado à política
partidária".
Concursos
Professor titular da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo), Vitor
Paro se diz contrário tanto à indicação política quanto aos
concursos públicos.
Este último modelo, segundo
Paro, é negativo porque os selecionados podem escolher as
unidades que vão dirigir "sem
nem conhecer a escola".
"A indicação política todo
mundo sabe que é ruim. Mas o
concurso tem um caráter de legitimidade que encobre os problemas", afirma o professor titular da USP.
A Secretaria Estadual da
Educação de São Paulo, a maior
rede que utiliza os concursos
públicos, afirmou que o sistema evita a indicação política
para os cargos de diretores.
Apesar disso, a secretaria
afirmou que deverá abrir uma
discussão com as entidades representativas de ensino do Estado para definir se, de fato, os
concursos são a melhor opção.
(FÁBIO TAKAHASHI)
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