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Márcia, 42, teve o filho baleado
DA SUCURSAL DO RIO
Márcia de Oliveira Silva Jacinto,
42, ainda pensa ouvir a voz do filho Henri Gomes de Siqueira.
"Mãe, cheguei!", avisava quando
entrava em casa.
Em 21 de novembro do ano passado, Márcia não ouviu o aviso do
filho, mas um tiro na rua. Diante
do atraso do filho, então com 16
anos, pensou que tivesse saído
com amigos.
O filho não voltou mais. Ela soube de um tiroteio numa ação da
PM no morro do Gambá, no Lins
(zona norte), onde mora. No IML
(Instituto Médico Legal), reconheceu o corpo. "Meu filho levou
um tiro no peito. Disseram que
ele tinha um revólver e maconha,
mas era inocente."
Com a morte de Henri, ela caiu
em depressão, vive em busca de
notícias do inquérito, e integrou-se ao movimento das Mães Solidárias. Foi encaminhada ao projeto clínico-grupal Tortura Nunca
Mais, que atende pessoas atingidas pela violência.
Criado em 1992 pelo grupo Tortura Nunca Mais, do Rio, o projeto era inicialmente voltado para
vítimas dos governos militares.
Depois, passou a atender outros
casos de violência.
(FE)
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