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São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2003

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HABITAÇÃO

Proposta federal prevê reutilização de imóveis privados e públicos vazios

Governo quer moradia em área central

ELIANE MENDONÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

"Trazer a população de baixa renda para dentro das cidades para que compartilhe o mesmo espaço com a classe média."
Foi assim que a secretária nacional de Planejamento Urbano, Raquel Rolnik, definiu o projeto de urbanização que já está em estudo e deve ser lançado oficialmente pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva até o final deste ano.
O objetivo é reutilizar os imóveis vazios localizados nos centros urbanos, tanto públicos como privados, para combater o déficit habitacional urbano do país, que hoje chega a 6,6 milhões de moradias, segundo a Secretaria Nacional de Habitação.
Para isso já foi criado um grupo interministerial, que é coordenado pelo Ministério do Planejamento e conta com representantes dos ministérios da Fazenda, das Cidades, da Previdência Social e da Casa Civil.
O grupo, criado por meio de um decreto presidencial, foi oficializado no dia 22 de outubro e tem 60 dias para apresentar um mapeamento de imóveis vazios de propriedade da União -o que inclui prédios e terrenos.
"Precisamos romper com a idéia de que lugar de pobre é na periferia. Esse modelo não deu certo e tenho convicção de que é um dos responsáveis pelos altos índices de violência com os quais convivemos hoje", disse Rolnik.
Segundo Jorge Hereda, secretário nacional de Habitação, o governo federal vai apoiar as administrações dos Estados e dos municípios na elaboração de um plano habitacional socialmente mais justo e inteligente.
"O repovoamento das cidades consumiria menos recursos porque utilizaria espaços já urbanizados, que não precisam de investimentos em infra-estrutura, além de promover a inclusão social", disse Hereda.
Só o município de São Paulo tem 420.327 moradias vazias -11,84% do total de domicílios da cidade. Se considerarmos todo o país, são 5 milhões de domicílios vazios, segundo dados do Censo 2000 do IBGE.



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