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HABITAÇÃO
Proposta federal prevê reutilização de imóveis privados e públicos vazios
Governo quer moradia em área central
ELIANE MENDONÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
"Trazer a população de baixa
renda para dentro das cidades para que compartilhe o mesmo espaço com a classe média."
Foi assim que a secretária nacional de Planejamento Urbano, Raquel Rolnik, definiu o projeto de
urbanização que já está em estudo
e deve ser lançado oficialmente
pelo governo de Luiz Inácio Lula
da Silva até o final deste ano.
O objetivo é reutilizar os imóveis vazios localizados nos centros urbanos, tanto públicos como privados, para combater o déficit habitacional urbano do país,
que hoje chega a 6,6 milhões de
moradias, segundo a Secretaria
Nacional de Habitação.
Para isso já foi criado um grupo
interministerial, que é coordenado pelo Ministério do Planejamento e conta com representantes dos ministérios da Fazenda,
das Cidades, da Previdência Social e da Casa Civil.
O grupo, criado por meio de um
decreto presidencial, foi oficializado no dia 22 de outubro e tem
60 dias para apresentar um mapeamento de imóveis vazios de
propriedade da União -o que inclui prédios e terrenos.
"Precisamos romper com a
idéia de que lugar de pobre é na
periferia. Esse modelo não deu
certo e tenho convicção de que é
um dos responsáveis pelos altos
índices de violência com os quais
convivemos hoje", disse Rolnik.
Segundo Jorge Hereda, secretário nacional de Habitação, o governo federal vai apoiar as administrações dos Estados e dos municípios na elaboração de um plano habitacional socialmente mais
justo e inteligente.
"O repovoamento das cidades
consumiria menos recursos porque utilizaria espaços já urbanizados, que não precisam de investimentos em infra-estrutura, além
de promover a inclusão social",
disse Hereda.
Só o município de São Paulo
tem 420.327 moradias vazias
-11,84% do total de domicílios
da cidade. Se considerarmos todo
o país, são 5 milhões de domicílios vazios, segundo dados do
Censo 2000 do IBGE.
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