|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Conselho tutelar proíbe menina de dar entrevista
Laís Melo, 11, sobreviveu à queda do Learjet, domingo
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO
A menina Laís Gonçalves da
Silva Coutinho Melo, 11, que sobreviveu à queda do Learjet no
último domingo em São Paulo,
não pode dar mais entrevistas
por determinação do Conselho
Tutelar do bairro da Casa Verde (zona norte), onde ela mora.
Sua amiga Cláudia Fernandes,
16, segue na UTI.
Segundo o conselho, se os
responsáveis por Laís não seguirem a ordem, o conselho pedirá à Justiça a guarda de Laís,
que, nesta semana, foi aos programas de Ana Maria Braga
(Globo) e José Luiz Datena
(Bandeirantes), entre outros.
"Os apresentadores só pensam na audiência, não na saúde
dela", disse Paulo Novaes, conselheiro tutelar da Casa Verde.
O avô de Laís, Nelson Gonçalves, concorda. "Ela já tinha
dito que estava cansada", disse
ele, que levará a neta ao "Programa Raul Gil" hoje -a exceção foi permitida porque a entrevista já estava agendada.
A decisão do conselho é amparada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Novaes diz ter utilizado, entre outros artigos do estatuto, o
que diz que nenhuma criança
será objeto de exploração, referindo-se à exploração da imagem e do sentimento da garota.
"Ela deve estar adorando
aparecer na TV, mas, quando a
mídia esquecer o caso, ela pode
ter depressão por achar que foi
esquecida", afirmou Novaes.
Outro motivo que o levou a tomar a decisão foi a recomendação de repouso dada pelo hospital onde ela foi atendida.
Os responsáveis pela garota
podem, em tese, recorrer na
Justiça. "Se eles acharem que a
exposição não faz mal, podem
tentar reverter a situação", disse Ariel de Castro Alves, advogado e membro do Conselho
Nacional do Direito da Criança
e do Adolescente. "A posição do
conselho foi acertada", disse
Luiz Alberto Araújo, professor
de direito da PUC.
O conselho é autônomo e recebe verba do município. O
conselheiro é eleito por três
anos -qualquer eleitor pode
participar da escolha.
Texto Anterior: Outro lado: Empresa diz que problema é burocrático Próximo Texto: Ex-diretora da Anac cobra que PF apure dossiê Índice
|