São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2011

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Greve de alunos tem baixa adesão na USP

Paralisação anunciada na noite de anteontem pelos estudantes atingiu somente alguns cursos na Cidade Universitária

Diretor do DCE diz que movimento deve ganhar força a partir de hoje, após manifestação na região central de SP

Alessandro Shinoda/Folhapress
Anúncio de greve por parte dos alunos da USP; O movimento teve pouca adesão ontem, mas os organizadores esperam uma paralisação maior hoje

RAFAEL SAMPAIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

A greve de alunos da USP, aprovada em assembleia por aproximadamente 2.000 estudantes na noite de anteontem, teve pouca adesão. A Folha percorreu ontem oito unidades da universidade, nenhuma delas estava com atividades totalmente paralisadas. Na ECA (Escola de Comunicações e Artes) e na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) a greve tinha adeptos e parte das aulas não ocorreram.
Ao longo do dia, no entanto, alunos das diferentes unidades convocaram reuniões para informar aos colegas sobre a greve e consultar se deveriam ou não aderi-las. Por isso, para representantes estudantis, o movimento deve se fortalecer a partir de hoje. "Se considerarmos a USP como um todo, as aulas ocorreram, mas várias unidades ratificaram a greve hoje [ontem]. Amanhã [hoje] deve ser o grande dia de paralisação, por causa também do ato público que vamos fazer no largo São Francisco", diz Pedro Serrano, diretor do DCE.

ADESÕES
Segundo o líder estudantil, ECA, FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) e FFLCH -exceto geografia- votaram pela greve. "Os cursos de letras e história também ratificaram a decisão da assembleia geral", diz Serrano.
São três as exigências da greve: (1) saída do reitor João Grandino Rodas, (2) criação de um programa alternativo de segurança e saída da PM do campus e (3) não punição para os alunos que participaram da ocupação.
Na Cidade Universitária há 19 unidades de ensino. Fora as três que manifestaram apoio, as outras 16 ainda farão assembleia para consultar os alunos ou não cogitam aderir à paralisação.
O centro acadêmico do cursos de engenharia elétrica da Escola Politécnica, por exemplo, afirma ser contra a greve e a favor da presença da polícia militar no campus.
Professores, que se reuniram ontem, e funcionários, que vão fazer uma assembleia amanhã, não cogitam parar.

ASSUNTO DO DIA
Apesar de a greve dos alunos não ser unanimidade nem entre eles, o assunto do dia no campus ainda era a prisão dos 72 invasores da reitoria e a estada deles na delegacia no dia anterior.
Os fichados, grupo formado não só por alunos da USP, decidiram invadir o prédio depois de terem perdido uma votação que decidiu pelo fim da ocupação na FFLCH.
O movimento, que inicialmente era mais circunscrito, ganhou mais simpatia e adeptos depois que a PM entrou na reitoria de madrugada e levou os invasores para a delegacia.
"A atuação dos alunos contra a Polícia Militar contagiou muita gente. Fugiu do controle algumas vezes, como no caso da ocupação da reitoria, mas tudo isso [o debate criado] tem um caráter positivo", diz Gabriela Dias, 20, aluna de ciências sociais, que não participou das invasões.


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