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Foco
FAB "moderniza" normas e permite rabo-de-cavalo e trança para mulheres
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sob o argumento de que a
apresentação pessoal do militar é "elemento necessário"
para a "consolidação da disciplina" e para a "credibilidade
da instituição", a Aeronáutica
reeditou as normas sobre a
aparência de seus funcionários, da cor do esmalte ao tamanho do bigode -isso quando o grau hierárquico permitir o uso de um.
As principais mudanças
atingem as mulheres, admitidas na instituição a partir da
década de 80. Segundo o tenente brigadeiro Paulo Roberto Cardoso Vilarinho, comandante geral de Pessoal, as
normas anteriores (de 1982 e
1979) eram mais rígidas.
A intenção da FAB ao editar a ICA (Instrução do Comando da Aeronáutica), em
vigor desde 28 de outubro, segundo ele, foi "flexibilizar" algumas normas. Como exemplo ele cita a possibilidade de
as mulheres usarem rabo-de-cavalo ou trança, o que antes
era proibido. A única opção
até então era o coque.
Mas tranças e rabos-de-cavalo têm regulamentação. O
novo visual é permitido apenas quando elas estiverem
em atividades internas ou em
competições esportivas.
Em eventos públicos, o
penteado continua sendo o
coque. Um alívio para o comandante da Aeronáutica,
Juniti Saito. Ele conta que,
quando respondia pelo 5º Comar (Comando Aéreo Regional), em Porto Alegre, atendeu a um pedido e liberou o
cabelo solto numa festa.
"Eu disse a elas: "Será que
vai ficar bom?" E elas: "Vai ficar ótimo"." O resultado desagradou ao brigadeiro: "Olha,
não pegou bem. Não combinou com o uniforme. Em vez
de ficar bonito, fica feio".
Outro avanço destacado
pelo brigadeiro Vilarinho é
com relação a tatuagens. Antes, elas não podiam ser visíveis nem no uniforme de banho. Agora, isso será tolerado.
Os homens continuam
proibidos de usar barba, cavanhaque ou barbicha. Bigode
permanece permitido só para
oficiais, suboficiais e sargentos, "desde que o comprimento não ultrapasse a parte de
cima do lábio". A regra é semelhante à do Exército.
O descumprimento da instrução pelos cerca de 65 mil
militares que integram a FAB
pode acarretar punições administrativas. O Comando da
Aeronáutica não quis dar detalhes sobre elas.
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