São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

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FAB "moderniza" normas e permite rabo-de-cavalo e trança para mulheres

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sob o argumento de que a apresentação pessoal do militar é "elemento necessário" para a "consolidação da disciplina" e para a "credibilidade da instituição", a Aeronáutica reeditou as normas sobre a aparência de seus funcionários, da cor do esmalte ao tamanho do bigode -isso quando o grau hierárquico permitir o uso de um.
As principais mudanças atingem as mulheres, admitidas na instituição a partir da década de 80. Segundo o tenente brigadeiro Paulo Roberto Cardoso Vilarinho, comandante geral de Pessoal, as normas anteriores (de 1982 e 1979) eram mais rígidas.
A intenção da FAB ao editar a ICA (Instrução do Comando da Aeronáutica), em vigor desde 28 de outubro, segundo ele, foi "flexibilizar" algumas normas. Como exemplo ele cita a possibilidade de as mulheres usarem rabo-de-cavalo ou trança, o que antes era proibido. A única opção até então era o coque.
Mas tranças e rabos-de-cavalo têm regulamentação. O novo visual é permitido apenas quando elas estiverem em atividades internas ou em competições esportivas.
Em eventos públicos, o penteado continua sendo o coque. Um alívio para o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito. Ele conta que, quando respondia pelo 5º Comar (Comando Aéreo Regional), em Porto Alegre, atendeu a um pedido e liberou o cabelo solto numa festa.
"Eu disse a elas: "Será que vai ficar bom?" E elas: "Vai ficar ótimo"." O resultado desagradou ao brigadeiro: "Olha, não pegou bem. Não combinou com o uniforme. Em vez de ficar bonito, fica feio".
Outro avanço destacado pelo brigadeiro Vilarinho é com relação a tatuagens. Antes, elas não podiam ser visíveis nem no uniforme de banho. Agora, isso será tolerado.
Os homens continuam proibidos de usar barba, cavanhaque ou barbicha. Bigode permanece permitido só para oficiais, suboficiais e sargentos, "desde que o comprimento não ultrapasse a parte de cima do lábio". A regra é semelhante à do Exército.
O descumprimento da instrução pelos cerca de 65 mil militares que integram a FAB pode acarretar punições administrativas. O Comando da Aeronáutica não quis dar detalhes sobre elas.


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