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URBANISMO
Prefeitura diz que projeto de complexo ao lado do Teatro Oficina não está dentro de exigências arquitetônicas
Obra de Silvio Santos terá de ser alterada
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo pediu
mudanças no projeto do complexo que o Grupo Silvio Santos planeja construir ao lado do Teatro
Oficina, no bairro do Bexiga, no
centro da cidade.
Os técnicos do DPT (Departamento do Patrimônio Histórico)
querem que o projeto arquitetônico reduza ou minimize o impacto visual do paredão do complexo que fica nos fundos do casario tombado nas ruas do Bexiga e
Japura. Por estar no entorno de
uma região tombada, o empreendimento tem que se adaptar às
exigências do órgão.
Segundo o parecer do órgão, da
forma como está, a topografia da
área faz com que o paredão fique
em desacordo com as características arquitetônicas da região.
O empreendimento, aprovado
pela prefeitura em 1994, foi objeto
de intensa polêmica entre o Grupo SS e o diretor de teatro José
Celso Martinez Corrêa, que está à
frente do Oficina.
No entanto, apesar de estimular
uma região degradada, considera-se que a obra pode descaracterizar uma área simbólica para o
teatro brasileiro.
O empresário pretende construir um shopping e ainda um
teatro, que ficaria ao lado do Oficina, instalado naquele local há
quase 50 anos.
Segundo o Grupo SS, o investimento no complexo, orçado em
R$ 75 milhões em 2000, está mantido, mas depende da aprovação
dos órgãos municipais para deixar a prancheta. No ano passado,
o grupo dizia esperar iniciar a
obra ainda neste ano.
Em outubro do ano passado, o
Grupo SS demoliu o imóvel onde
funcionava uma sinagoga na rua
Abolição. Em negociações com o
Grupo SS, o diretor havia sugerido a preservação do prédio do
templo israelita, a fim de transformá-lo em sede de uma universidade para formação de artistas.
Segundo o diretor do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico), Walter Pires, as mudanças
pedidas visam dar ""mais equilíbrio" à obra e evitar que haja uma
mudança brusca na paisagem.
"Agora depende dos arquitetos
[contratados para o projeto]. Podem, por exemplo, sugerir uma
nova altura para a parede. É preciso mudar a configuração", disse.
O arquiteto Francisco Fanucci,
do escritório Brasil Arquitetura,
disse que, com o desenvolvimento do projeto, aquele paredão já
foi retirado. "Já está diferente.
Houve um desenvolvimento posterior do projeto. Não existe mais
essa configuração", disse Fanucci.
Foi dado prazo de 30 dias, a partir
de terça-feira, para que o escritório se manifeste ao Conpresp.
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