São Paulo, quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010 |
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Porto da Pedra quer fazer no sambódromo o "Sapucaí Fashion Day'
Escola de samba terá alas dedicadas a seis estilistas brasileiros, como Herchcovitch e Ronaldo Fraga
AUDREY FURLANETO DA SUCURSAL DO RIO O desfile não é de moda, é de escola de samba, ou vice-versa. Fantasia virou look, avenida é passarela e trabalho de carnavalesco tornou-se algo como "desconstruir para construir", segundo Paulo Menezes, da Porto da Pedra. A escola mostra a história da moda, da Antiguidade clássica, passando pelo Barroco até o século 20. É aí que os estilistas brasileiros entram -ou não. Alexandre Herchcovitch, Ronaldo Fraga, Jum Nakao, Zuzu Angel, Lino Villaventura e Oskar Metsavaht terão uma ala para chamar de sua. Os demais têm uma espécie de menção honrosa: ficam reunidos num carro, o Sapucaí Fashion Day. Alguns dos nomes mais importantes da moda nacional, no entanto, nem aparecem nas homenagens, como Reinaldo Lourenço e Gloria Coelho. "Infelizmente, tem muita gente que eu deixei de fora. É triste, mas ficam portas abertas para um próximo enredo", diz. A divisão não gerou mal-estar entre os fashionistas? "Ego e vaidade são frequentes nos dois mundos [da moda e do Carnaval]. Por isso, foi dificílimo escolher [quem ganharia ala, quem ficaria no carro geralzão]", conta. O carro terá, no alto, a estilista Lenny Niemeyer, cercada por nove negros seminus. "Ela é a grande anfitriã de tudo", justifica. "É a dona da festa mais disputada do Rio." Dono de uma ala, Herchcovitch, que nunca desfilou no sambódromo, não fará sua estreia agora. De Nova York, por telefone, ele diz que viu "por foto" as fantasias de sua ala. "Achei uma interpretação muito inteligente do meu trabalho", avalia. "Moda e escola de samba têm relação. As duas se preocupam com estética." O carnavalesco "destruiu" de 60 a 80 penas para criar apenas uma fantasia da ala de Herchcovitch (são cem, ao todo, todas já vendidas a passistas). Após esmigalhadas, as penas foram aplicadas na peça, que tem uma caveira gigante na frente, marca do estilista. "Tem a ver com a desconstrução do Alê, essa coisa underground da moda dele", explica. Já a ala de Oskar Metsavaht, da Osklen, traz uma "releitura do moletom". As roupas, aliás, já foram clicadas até para uma revista de moda: Bob Wolfenson fotografou modelos com os "looks" da escola para a "ffw Mag!", publicação bimestral. Texto Anterior: Outro lado: Escolas afirmam que irão esclarecer situação ao MEC Próximo Texto: Carnaval de Rio e SP é reciclado em outras cidades Índice |
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