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Tatto barra empresas em licitação
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo vai
barrar na licitação dos ônibus a
entrada de uma empresa cujos
proprietários também são sócios
da família Constantino, que controla a companhia aérea Gol e é líder do transporte urbano no país.
Segundo a Folha apurou, a gestão Marta Suplicy (PT) estuda
ainda meios jurídicos para vetar a
participação de um executivo ligado ao empresário Romero Teixeira Niquini -que já foi um dos
três maiores de São Paulo, mas
que teve seus contratos rompidos
em setembro de 2002 sob a acusação de irregularidades na prestação de contas da arrecadação.
O governo petista diz que essas
viações são controladas por "laranjas". "Os donos oficiais não
têm capacidade econômica para
serem os verdadeiros operadores", afirmou Jilmar Tatto, secretário municipal dos Transportes.
Tatto só revelou a identidade de
uma das empresas. Trata-se da
Andresa, que entrou na licitação
como integrante do consórcio
Bandeirantes, para operar nas zonas oeste e norte. Questionado sobre os instrumentos legais para
barrá-la, afirmou que a documentação dela está inadequada.
O secretário disse que ainda não
divulgaria a outra porque estava
confirmando as possibilidades jurídicas para vetá-la. "Há 80%,
90% de chance", afirmou. Funcionários da prefeitura ouvidos pela
reportagem disseram que seria a
viação América do Sul, cujo dono,
Wagner de Almeida Vieira, é um
ex-funcionário de Niquini. A empresa faz parte do consórcio
SPBus, que disputa a zona leste.
A viação Andresa foi constituída no dia 14 de janeiro deste ano,
quase duas semanas depois do
lançamento do edital de licitação
do novo sistema de transportes.
Ela tem um capital social registrado de R$ 6 milhões. Os dois sócios
são Marcelo de Angelo D'Almeida e Silva e Aracorp Assessoria de
Marketing e Comunicação.
Esses nomes também constam,
desde outubro de 2002, da sociedade da viação Marazul, dirigida
pela família Constantino. O endereço das duas empresas é igual:
rua Andresa, 101, Jaraguá. No
mesmo lugar também funciona a
atual viação Serra Negra.
Embora não tenha revelado a
identidade da segunda empresa
que poderá ser barrada, Tatto deu
sinais que apontam para a América do Sul. Disse que se trata de
uma viação que "já estava no sistema e que opera muito mal". A
América do Sul sofreu intervenções da prefeitura nos últimos
meses por atraso dos salários.
A Folha não conseguiu contato
com Vieira. O grupo Niquini negou participar direta ou indiretamente da licitação. Representantes da família Constantino foram
procurados, mas não responderam aos pedidos de entrevista.
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