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Prova foi contestada na Justiça
da Reportagem Local
A criação da Maratona de São
Paulo pelo então prefeito Paulo
Maluf ainda é contestada na Justiça. Maluf, o ex-secretário de Esportes Ivo Carotini e a Rede Globo
de Televisão foram condenados
em agosto do ano passado a devolver à prefeitura R$ 1,2 milhão referentes ao contrato assinado em 95
para a realização da prova.
Ao contrário do que ocorre normalmente, a Rede Globo não pagou para transmitir o evento, mas
recebeu dinheiro da prefeitura,
que usou a corrida para exibir as
obras viárias de Maluf, como pontes e túneis.
A decisão do juiz Egberto de Almeida Penido, da 4ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu a validade do contrato assinado entre a
prefeitura e a emissora de TV. Maluf, que não fala sobre o caso, está
recorrendo da sentença, assim como os outros réus.
O juiz considera que a Prefeitura
de São Paulo deveria ter aberto
concorrência pública para a organização e transmissão do evento.
Mas a gestão de Paulo Maluf fechou acordo de exclusividade com
a Rede Globo, sem ter permitido a
concorrência.
A alegação de Maluf na época foi
a de que a Globo seria detentora
exclusiva dos direitos de organização e transmissão de maratonas
internacionais em São Paulo.
Mas a Confederação Brasileira
de Atletismo, que teria cedido os
direitos de exclusividade à Globo,
negou a informação.
Uma ação popular foi proposta
pelos vereadores paulistanos José
Eduardo Martins Cardozo e
Adriano Diogo (PT).
"O ex-prefeito está recorrendo
da condenação, mas acredito que
a sentença deva ser mantida pelo
flagrante abuso cometido com dinheiro público", afirma Cardozo.
Essa foi a segunda vez que a Justiça condenou Paulo Maluf a devolver dinheiro aos cofres públicos em decorrências de eventos esportivos.
Após a Copa de 70, o então prefeito de São Paulo presenteou os
jogadores tricampeões com 25
Fuscas. Maluf foi processado e,
depois de condenado pelo Supremo, em 1981, depositou o dinheiro
em juízo e recorreu. Em 1995, foi
liberado da devolução pelo próprio Supremo.
Maluf também responde a processo por crime contra a Lei das
Licitações. A denúncia do Ministério Público, que pode cassar os direitos políticos de Maluf por cinco
anos, ainda não foi julgada pelo
Tribunal de Justiça de SP.
(MRH)
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