São Paulo, domingo, 11 de abril de 2004

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Brasil é exemplo, diz especialista

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil é o único país da América Latina que possui uma política contínua de distribuição gratuita da pílula do dia seguinte, diz Aníbal Faundes, coordenador do Comitê de Direitos Reprodutivos da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia.
Ele elogia a decisão do Ministério da Saúde. "Temos feito um belíssimo trabalho em levar métodos anticoncepcionais a locais distantes e mais pobres", afirma.
Dizendo-se contra o aborto, Faundes contesta o argumento dos críticos da pílula do dia seguinte. "É justamente a gravidez excepcional, a não planejada nem desejada, que mais provoca abortos em mulheres jovens. Essa pílula, que deve ser usada apenas em casos excepcionais, pode evitar essa violência", defende.
Outros países latino-americanos, como Argentina, Chile, Equador e Cuba, já tentaram difundir o uso da pílula do dia seguinte, afirma Faundes. Em alguns casos, a distribuição foi barrada por ações judiciais. Em outros, por falta de verbas. China, Austrália, Holanda e Inglaterra são alguns dos que adotam a pílula na rede pública de saúde.
Assim como Faundes, José Aristodemo Pinotti, diretor do serviço de ginecologia do Hospital das Clínicas, vê na educação sexual a melhor alternativa para evitar o uso indiscriminado da pílula do dia seguinte. "O uso rotineiro é preocupante por ter uma contra-indicação grande como a dos anticoncepcionais", diz.


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