São Paulo, domingo, 11 de abril de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Usuário aprova as mudanças

DA REPORTAGEM LOCAL

Freqüentadores assíduos de Congonhas dizem ter desenvolvido, ao longo das décadas, uma relação de amor e ódio com o aeroporto- muitas vezes temperada por toques de nostalgia. Cada executivo ou profissional liberal que encara todas as semanas a ponte aérea e já conhece em detalhes o café, a livraria e as lojas aponta um motivo para gostar e outro para detestar o aeroporto.
"Estava na hora de fazerem essas modificações, principalmente pela questão da segurança dos passageiros na pista. Antigamente, o aeroporto era bem menor, era uma situação muito diferente", afirma o consultor de empresas Jairo Laser Procianoy, 47.
Morador de Porto Alegre (RS), Procianoy está no programa de fidelidade da Varig- desembarcou em Congonhas cerca de três vezes por semana nos últimos 25 anos. "Posso dizer que acompanhei as últimas décadas do aeroporto. Gosto de Congonhas. É um aeroporto muito melhor que Cumbica em muitos aspectos. É mais quente, mais acolhedor." Sem esconder a nostalgia, afirma: "Congonhas ainda lembra um pouco da São Paulo antiga."
A empresária Irene Santos, 70, também busca lembranças de outras décadas para falar sobre o aeroporto. "Lembro da ponte aérea no começo. Viajava bastante para o Rio de Janeiro e vinha sempre ao aeroporto. Naquela época não tinha lojas 24 horas e a gente vinha tomar café, conversar aqui, olhar a banca de revistas e jornais. Tinha um ar cosmopolita, de uma cidade que estava crescendo. Tinha muito menos vôos, não era esse barulho a toda hora", diz.
Hoje, Santos diminuiu a freqüência das viagens, mas ainda embarca para o Rio de Janeiro ao menos uma vez por mês. "Cresceu muito toda essa região em volta e hoje têm um trânsito horrível até para entrar no aeroporto. Eles têm que melhorar essa entrada, esse estacionamento", afirma. Em sua opinião, as obras serão benéficas. "Tem que ir sempre melhorando, não é?"
Pertencente a uma outra geração, a estudante Camila Spadoto, 23, costuma buscar o namorado, que trabalha em Brasília, no aeroporto aos finais de semana. Sem lembranças antigas, o que chama a atenção da estudante é o grande número de passageiros em um aeroporto dentro de um bairro. "Às vezes fica uma confusão, é muita gente. Acho que precisava reformar para tentar ficar melhor ou então fechar o aeroporto."


Texto Anterior: Urbanismo: Congonhas terá novo embarque em julho
Próximo Texto: Obras são alvo de disputa judicial
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.