|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Motociclistas agora terão de pagar pedágio na Dutra
Cobrança começa no próximo dia 24, após quase dez anos de isenção para as motos
Valor do pedágio deve variar de R$ 1,60 a R$ 3,70; alegação é que houve aumento no tráfego desse veículo na rodovia
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A concessionária que administra a rodovia Presidente Dutra, principal ligação do eixo
São Paulo-Rio de Janeiro, voltará a cobrar tarifa de pedágio
das motocicletas a partir do
próximo dia 24, terça-feira.
A medida será adotada depois de quase dez anos de isenção da cobrança a esses veículos na Dutra, estrada federal
sob concessão desde 1996.
Nas rodovias estaduais paulistas -como no sistema Anchieta-Imigrantes- as motos
também passam hoje de graça
pelos pedágios.
O contrato da União com a
NovaDutra permite que as motos sejam tarifadas. A concessionária diz que revogou a isenção devido ao tráfego crescente
desses veículos, elevando os
atendimentos por panes e acidentes -estima-se que 30 mil
motos circulem pela rodovia
por dia, 4% do total, contra cerca de 8.000/dia há dez anos.
O valor do pedágio das motos
será, em geral (há alguns arredondamentos), metade do que
é cobrado para os veículos de
passeio, variando de R$ 1,60 a
R$ 3,70, dependendo da praça.
Haverá cabines preferenciais
para esse tipo de veículo.
A categoria já promete reagir
contra a decisão da NovaDutra.
O presidente do sindicato dos
motociclistas de São Paulo, Aldemir Martins, pediu ontem
uma audiência com a direção
da empresa, ameaça ir à Justiça
e já agendou um protesto na estrada para 1º de maio caso a cobrança não seja revertida.
"A moto não dá prejuízo no
desgaste da estrada, e nunca
houve melhorias nas rodovias
voltadas para as motos", diz.
No resto do Brasil, a política
de cobrança desses usuários é
variada. A ABCR (Associação
Brasileira das Concessionárias
de Rodovias) diz que, com a
mudança na Dutra, só um dos
seis contratos de concessão federal -no Rio Grande do Sul-
seguirá sem taxação das motos.
Se em São Paulo esses veículos estão isentos em todas as estradas, no Paraná a cobrança
ocorre também nas estaduais.
A ABCR diz que, de 2000 a
2004, a quantidade de motos
computadas em rodovias sob
concessão pelo país inteiro saltou de 4,4 milhões/ano para
13,4 milhões/ano, mais de
200% -contra a alta de 44% na
média de todos os veículos.
Em São Paulo, as concessionárias das rodovias estaduais
pressionam há mais de três
anos para cobrar pedágio das
motos -prática vetada pelos
contratos que estão em vigor.
Alegam que, além do volume
crescente, esses veículos têm
agravado os riscos à segurança
viária -os acidentes com motos aumentaram 218% desde
2000, atingindo a média de 14
casos por dia no ano passado.
Na gestão Geraldo Alckmin
(PSDB), a Artesp (agência que
regula as concessões de rodovias) chegou a analisar a possibilidade de cobrança das motos, mas a idéia acabou descartada.
Colaborou DANIELA TÓFOLI, da Reportagem
Local
Texto Anterior: Jovens são acusados de tramar morte via web Próximo Texto: Na Câmara: CCJ estende delação premiada a condenados Índice
|