DA REDAÇÃO

A paisagem do Jardim Irene se confunde com o cenário desbotado de todas as áreas pobres da metrópole. O ala da Roma Cafu conhece bem a periferia de onde veio. "Tem muita gente boa lá, muitas pessoas de potencial e que precisam de oportunidade para se desenvolver. Os políticos precisam dar essa oportunidade."
O entusiasmo do capitão da seleção brasileira pentacampeã pelo seu torrão natal não parece ter enfraquecido. Segundo ele, está muito mais forte do que quando ergueu a taça de campeão do mundo. "Não sou mais 100% Jardim Irene [como estava escrito a caneta em sua camiseta", mas, sim, 1.000% Jardim Irene."
De Roma, Cafu explica que, há seis anos, está engajado pessoalmente na melhoria do campinho em que começou a jogar. "Tive contato com a administração anterior do Embu, mas não deu em nada." Desta vez, porém, ele está otimista. "Com a administração atual, as coisas estão se encaminhando para o lado bom. Parece que o centro esportivo vai sair."
A Fundação Cafu oferece aulas de futebol para 380 crianças na região. A partir de novembro, além do esporte, pretende oferecer reforço escolar, oficinas de artesanato, de arte e de dança.
"Meu sonho é ver aquelas crianças fazerem o que eu fiz. Quero vê-las levantar a taça."



Texto Anterior: Ministério quer diálogo entre as cidades
Próximo Texto: Cidade-dormitório tem mais alta privação
Índice