São Paulo, terça-feira, 11 de maio de 2004

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CULTURA

Diretor do Museu Nacional, que descobriu furtos e danos a peças, até desconfiou: "É preciso que esse dinheiro exista"

Gil promete R$ 500 mil a museu do Rio

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, anunciou ontem, no Rio de Janeiro, que liberará R$ 500 mil do Fundo Nacional de Cultura para o Museu Nacional. O museu, o principal da América Latina na área de história natural, descobriu na semana passada que sua biblioteca teve 13 livros raros furtados e 11 danificados.
Feito durante o lançamento do Sistema Brasileiro de Museus e da 2ª Semana dos Museus, o anúncio da verba pegou de surpresa o próprio diretor do Museu Nacional, Sérgio Alex Azevedo.
"Eu soube junto com vocês", disse aos jornalistas, demonstrando desconfiança em relação à burocracia. "É preciso que esse dinheiro exista. Se ele chegar até nós, será muito útil para reforçarmos a segurança."
Na sexta-feira, o Ministério da Educação, responsável pelo Museu Nacional, também anunciou liberação de verbas para a instituição: R$ 760 mil para um plano emergencial de segurança, parte de um total de R$ 3 milhões a ser liberado nos próximos meses.
Embora constasse de um discurso escrito, o anúncio de Gil surpreendeu até seus assessores, que diziam não ter conhecimento da verba. À tarde, um deles informou que, nesta semana, uma reunião sacramentará a saída do dinheiro do Fundo Nacional de Cultura.

Museus interligados
O Sistema Brasileiro de Museus, lançado no Museu da República, é um projeto que visa interligar, a curto prazo, as 40 instituições subordinadas ao Ministério da Cultura a outras 80. A longo prazo, o sonho é ter todos os museus do país trocando informações por uma rede própria na internet, repartindo acervos e sendo representados no conselho que, presidido por Gilberto Gil, conduzirá o sistema.
Como o conselho ainda não foi formado, o sistema ainda não está funcionando. Mas ele é um embrião do Instituto Nacional de Museus, antigo projeto que o ministério quer pôr em prática ainda neste ano. A idéia é desligar os museus do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que passaria a cuidar somente de patrimônio.
Gil e o diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais do Iphan, José do Nascimento Jr., ainda prometeram um edital, que deve ser lançado em julho, para que os museus concorram a verbas para suas prioridades.
O ministro ainda anunciou a Rede Cine Brasil, que reunirá salas voltadas apenas para o cinema nacional. A do Museu da República é a primeira.


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