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CULTURA
Diretor do Museu Nacional, que descobriu furtos e danos a peças, até desconfiou: "É preciso que esse dinheiro exista"
Gil promete R$ 500 mil a museu do Rio
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Cultura, Gilberto
Gil, anunciou ontem, no Rio de
Janeiro, que liberará R$ 500 mil
do Fundo Nacional de Cultura para o Museu Nacional. O museu, o
principal da América Latina na
área de história natural, descobriu
na semana passada que sua biblioteca teve 13 livros raros furtados e 11 danificados.
Feito durante o lançamento do
Sistema Brasileiro de Museus e da
2ª Semana dos Museus, o anúncio
da verba pegou de surpresa o próprio diretor do Museu Nacional,
Sérgio Alex Azevedo.
"Eu soube junto com vocês",
disse aos jornalistas, demonstrando desconfiança em relação à burocracia. "É preciso que esse dinheiro exista. Se ele chegar até
nós, será muito útil para reforçarmos a segurança."
Na sexta-feira, o Ministério da
Educação, responsável pelo Museu Nacional, também anunciou
liberação de verbas para a instituição: R$ 760 mil para um plano
emergencial de segurança, parte
de um total de R$ 3 milhões a ser
liberado nos próximos meses.
Embora constasse de um discurso escrito, o anúncio de Gil
surpreendeu até seus assessores,
que diziam não ter conhecimento
da verba. À tarde, um deles informou que, nesta semana, uma reunião sacramentará a saída do dinheiro do Fundo Nacional de
Cultura.
Museus interligados
O Sistema Brasileiro de Museus,
lançado no Museu da República, é
um projeto que visa interligar, a
curto prazo, as 40 instituições subordinadas ao Ministério da Cultura a outras 80. A longo prazo, o
sonho é ter todos os museus do
país trocando informações por
uma rede própria na internet, repartindo acervos e sendo representados no conselho que, presidido por Gilberto Gil, conduzirá
o sistema.
Como o conselho ainda não foi
formado, o sistema ainda não está funcionando. Mas ele é um embrião do Instituto Nacional de
Museus, antigo projeto que o ministério quer pôr em prática ainda neste ano. A idéia é desligar os
museus do Iphan (Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional), que passaria a cuidar
somente de patrimônio.
Gil e o diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais
do Iphan, José do Nascimento Jr.,
ainda prometeram um edital, que
deve ser lançado em julho, para
que os museus concorram a verbas para suas prioridades.
O ministro ainda anunciou a
Rede Cine Brasil, que reunirá salas voltadas apenas para o cinema
nacional. A do Museu da República é a primeira.
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