|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pelourinho já recebeu R$ 100 milhões
DA AGÊNCIA FOLHA
O famoso projeto de restauração do Pelourinho, no centro histórico de Salvador, recebeu críticas de três urbanistas ouvidos pela Agência Folha.
A área, considerada patrimônio
histórico da humanidade desde
1985, já soma investimentos de
cerca de R$ 100 milhões para a recuperação de 525 de seus 3.000 casarões. Outros 82 imóveis estão
em obras.
"O Pelourinho foi pensado como um cenário vazio exclusivamente para o turismo. Ninguém
mais vive lá e isso tira a sustentabilidade do projeto", diz o arquiteto Marco Aurélio Filgueiras Gomes, professor da Universidade
Federal da Bahia.
Pedro Taddei Neto, arquiteto
com pós-graduação na França em
desenvolvimento urbano e coordenador nacional do Monumenta
(projeto federal de recuperação
de monumentos históricos), afirma que o governo baiano evacuou a área do Pelourinho, desapropriou e investiu sozinho na
restauração.
"O resultado é que o trecho não
tem vitalidade, não se sustenta
economicamente e virou um deserto à noite", afirma Neto.
O arquiteto César Barros, pós-graduado em conservação urbana, também critica o que ele denomina como processo de "expulsão" da população de origem
do Pelourinho.
"Quando você expulsa o "ator"
local, você tira a riqueza do local.
Ele é o atrativo turístico e cultural
do lugar", afirma Barros. Segundo ele, os moradores do Pelourinho estão voltando aos poucos.
Outro lado
Maria Adriana Almeida Couto
de Castro, diretoria do Ipac (Instituto de Patrimônio Artístico e
Cultural), órgão ligado ao governo estadual e responsável pelas
obras no Pelourinho, diz que as
críticas partem de várias falácias.
Segundo ela, existem sim moradores no centro histórico e só foram desapropriados os casarões
que tinham problemas de documentação.
"Depois de inaugurada a primeira etapa, o programa de recuperação do centro histórico de
Salvador foi utilizado como referencial no país inteiro até por alguns que distorcem os fatos para
criticá-lo."
(ES)
Texto Anterior: Governo federal oferece linha de crédito Próximo Texto: Projeto cria centro de lazer na região da Luz Índice
|