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URBANISMO
Parceria entre Estado e prefeitura prevê reforma de imóveis e iluminação nova para atrair investidores
Projeto cria centro de lazer na região da Luz
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma parceria entre governo do
Estado e Prefeitura de São Paulo
pretende transformar a região da
estação ferroviária da Luz em um
pólo de lazer e turismo, com funcionamento 24 horas. Dessa forma, o até então apêndice do programa Reconstruir o Centro poderá virar a sua maior atração.
O projeto pretende reformar toda a região do entorno da estação.
Fios que estão em postes serão
aterrados, calçadas serão padronizadas, e a iluminação, modificada. Também está prevista a unificação das placas de comércio, a
implantação de sistemas de segurança com câmeras e a criação de
um estacionamento subterrâneo.
Essas medidas têm como objetivo
atrair novos empreendimentos.
Inicialmente, o plano de reestruturação do centro deveria usar
a verba do programa Monumenta, convênio entre a União, o BID
(Banco Interamericano do Desenvolvimento) e a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
Para conseguir a verba, a prefeitura precisa apresentar projeto de
restauração em que conste um
conjunto arquitetônico tombado
pelo governo federal.
Foi o que fez São Luís e Salvador, por exemplo. Só que São
Paulo não chega a possuir conjuntos arquitetônicos, mas bairros com imóveis tombados em locais diferentes. A região da Luz é a
detentora do maior conjunto.
Além de o plano paulistano não
seguir os moldes das capitais nordestinas, o dinheiro previsto pelo
Monumenta, cerca de US$ 8,5 milhões, não era suficiente para custear as reformas planejadas.
O jeito foi buscar parcerias e elaborar um plano diferenciado, segundo a vice-presidente da
Emurb (Empresa Municipal de
Urbanização), Mara Suzana Calor. "Na propusemos restauro de
casarões, mas uma requalificação
urbana", explica.
A primeira parceria acertada foi
com o governo do Estado, responsável pela restauração de prédios como o da estação Júlio Prestes e, mais recentemente, da estação da Luz, que deverá consumir
cerca de R$ 30 milhões. "O diálogo [com o Estado" tem sido muito
bom", diz Calor.
A única alteração proposta pelo
governo estadual ao plano municipal foi estender a área a ser revitalizada para incluir, entre outros
imóveis históricos, os galpões da
CPTM (Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos), a casa de
Santos Dumont e as instalações
do antigo Desinfectório de São
Paulo, todos no Bom Retiro.
Uma vez assinado o convênio
com o Estado, a prefeitura tem de
correr contra o tempo para finalizar o projeto, já que ele tem de ser
apresentado e aprovado até o fim
deste ano pelo Monumenta.
Novo perfil
A requalificação urbana da região da Luz não depende apenas
da melhoria de calçadas, luzes e
postes, mas também da reforma
de imóveis particulares e da mudança de perfil da maioria do comércio local.
Em frente à estação da Luz, por
exemplo, há pequenos hotéis que
se alimentam da prostituição e lojas populares que funcionam em
casarões antigos.
Para mudar a paisagem, além
de estabelecer a padronização das
placas e dos letreiros usados pelos
estabelecimentos, a prefeitura vai
usar a Lei de Fachadas para conceder isenção de IPTU (Imposto
Territorial e Predial Urbano)
àqueles que restaurarem imóveis
antigos. Como complemento,
orientará os comerciantes a usar
uma linha de crédito especial da
Caixa Econômica Federal.
Mara acredita que a revitalização do local promovida pelo programa irá afetar a vida do comércio, expulsando antigas práticas e
atraindo novas.
Para garantir que isso também
ocorra na Luz, a Emurb reunirá
empresários e interessados dos
setores de lazer, gastronomia e
entretenimento para abrir atrações naquela região.
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