São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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Analistas temem perda de qualidade, mas celebram uso de linhas "mortas"

DA REPORTAGEM LOCAL

Especialistas citam aspectos positivos e negativos do crescimento da demanda do metrô, mas defendem a integração do bilhete único e cobram a expansão da rede sobre trilhos.
O principal problema citado é a superlotação e as situações de desconforto -até mesmo de assédio sexual nos vagões.
"A qualidade é um paradigma do metrô. O pânico dos metroviários sempre foi a queda no nível de avaliação dos usuários e da imagem", afirma Arnaldo Luís dos Santos Pereira, que é especialista em transporte.
Com a imagem do metrô afetada, a população fica mais descrente com as opções de transporte coletivo, algo que estimula a utilização dos carros.
"Para a qualidade não cair, é preciso investir em mais linhas", defende Manoel da Silva Ferreira Filho, que é presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô.
O principal fator positivo citado é a redução da ociosidade em algumas linhas e horários.
"Em termos de conforto é melhor que não haja tanta lotação. Mas foi feito um investimento público que está sendo bastante utilizado, algo que é muito bom", diz Peter Alouche, engenheiro e consultor em transporte que trabalhou 35 anos no Metrô e deixou a companhia no mês passado.
Para ele, a superlotação dos vagões por conta do bilhete único integrado "é um desconforto, mas não é tão dramático diante do benefício" -tarifa de R$ 3, desconto de R$ 1,10.
"É uma tristeza ver um metrô vazio. Chorava quando via a linha 5", diz Alouche, que defende um melhor planejamento da viagem pelos usuários. "Muitas vezes é só esperar passar um ou dois trens. Ou então postergar ou adiantar a saída de casa em meia hora. Isso também acontece em outros lugares do mundo", afirma.


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