ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Por toda a vida, Nelson Baeta Neves rondou a avenida Paulista. Quando jovem, morou em suas proximidades, estudou num de seus quarteirões, no São Luís, e foi dono de um hotel, o Crowne Plaza, a 40 metros da via.
Em 2001, em substituição ao banqueiro Olavo Setubal, assumiu a presidência da Associação Paulista Viva, entidade fundada nos anos 80 para preservar o principal cartão-postal da cidade.
Como conta o filho Nelsinho, foi do pai a ideia de espalhar guaritas da PM pela avenida, a fim de intensificar sua segurança. Sob seu comando, a associação também viabilizou o projeto para a troca do piso das calçadas.
Em tudo que Nelson se envolvia, acabava indo além e tocava alguma entidade. Por exemplo: com os búfalos.
Pioneiro na criação dos animais no Brasil, ele chegou a presidir a Associação Brasileira de Criadores de Búfalos.
Com hotel foi a mesma coisa: ex-dono do Crowne -foi vendido em 2008 para o governo federal-, ele presidiu a Abih-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis).
Nelson era filho de médico e se formou em direito pela USP e em administração de empresas pela FGV. Empresário dinâmico, nas palavras do filho, chegou ainda a ser proprietário de um banco.
Nos últimos tempos, para conter a diabetes, foi aconselhado a caminhar muito. E assim o fez: costumava ir a pé da região do Jockey Club, na zona oeste, até a Paulista.
Morreu na quarta, aos 78 anos, em decorrência de um câncer. Deixa viúva, quatro filhos e dez netos. O enterro foi realizado ontem, no cemitério São Paulo, na capital.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Diego Giménez Moreno (1911-2010): As histórias de um anarquista
Próximo Texto: Última Moda/29ª São Paulo Fashion Week: Splash cerebral
Índice