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Hospital no Rio é alvo de denúncias
Vinte mulheres procuraram polícia relatando atuação de falsos médios no Hospital das Clínicas de Belford Roxo
No domingo, falso médico foi preso na unidade; polícia apura morte de 13 crianças e de uma gestante
DIANA BRITO
GABRIELA CANSECO
DO RIO
Vinte mulheres já procuraram a Polícia Civil com denúncias sobre a atuação de
falsos médicos no Hospital
de Clínicas Belford Roxo, na
Baixada Fluminense.
No último domingo, dia 5,
Silvino Magalhães da Silva,
41, apontado como falso médico, foi preso na unidade,
mas uma decisão da juíza Elizabeth Machado Louro, do
judiciário local, concedeu
habeas corpus ao acusado no
dia seguinte e ele foi liberado
em seguida.
A polícia investiga a morte
de 13 crianças e de uma gestante na unidade. Uma das
vítimas, a dona de casa Geisa
Elaine Silva Santos, 25, afirmou ontem que Silvino agiu
"friamente" após a morte do
seu bebê durante o parto na
clínica.
MÉDICO
"Vi apenas um médico em
desespero, o doutor Eduardo. Perguntei se tinha alguma coisa errada com o meu
filho e quando olhei para trás
vi que eles massageavam o
neném. Só soube pela TV
soube que não tem UTI no
hospital", contou a mãe.
A mãe prestou depoimento na DRCCSP (Delegacia de
Repressão aos Crimes Contra
a Saúde Pública), no Rio de
Janeiro.
CARIMBO
O delegado titular da
DRCCSP, Fábio Cardoso, afirmou que o Silvino é ex-estudante de Medicina, abandonou a faculdade em 2003 e
atuava no hospital de Belford
Roxo há pelo menos dois
anos.
De acordo com ele, o acusado usava o carimbo do dono da clínica, Deodalto José
Ferreira, para assinar documentos, receituários e fichas
médicas.
"Silvino era o único responsável pela clínica no domingo. Lá havia pelo menos
40 mulheres internadas e um
centro cirúrgico com pacientes em trabalho de parto. Todas as evidências indicam
que o Deodalto tinha conhecimento desse fato", afirmou
o delegado.
DEPUTADO
O candidato a deputado
estadual Flávio Campos Ferreira (PR), que seria um dos
sócios da clínica, está sob investigação do Ministério Público Eleitoral.
"Encontramos diversas irregularidades. Há relatos de
testemunhas de que a unidade fazia laqueadura, cirurgias plásticas e ligação de
trompas em troca de votos",
disse o delegado.
A Polícia Civil também investiga a suposta participação de outros 10 médicos, já
identificados, no esquema
criminoso.
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