São Paulo, sábado, 11 de setembro de 2010

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Hospital no Rio é alvo de denúncias

Vinte mulheres procuraram polícia relatando atuação de falsos médios no Hospital das Clínicas de Belford Roxo

No domingo, falso médico foi preso na unidade; polícia apura morte de 13 crianças e de uma gestante

DIANA BRITO
GABRIELA CANSECO

DO RIO

Vinte mulheres já procuraram a Polícia Civil com denúncias sobre a atuação de falsos médicos no Hospital de Clínicas Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
No último domingo, dia 5, Silvino Magalhães da Silva, 41, apontado como falso médico, foi preso na unidade, mas uma decisão da juíza Elizabeth Machado Louro, do judiciário local, concedeu habeas corpus ao acusado no dia seguinte e ele foi liberado em seguida.
A polícia investiga a morte de 13 crianças e de uma gestante na unidade. Uma das vítimas, a dona de casa Geisa Elaine Silva Santos, 25, afirmou ontem que Silvino agiu "friamente" após a morte do seu bebê durante o parto na clínica.

MÉDICO
"Vi apenas um médico em desespero, o doutor Eduardo. Perguntei se tinha alguma coisa errada com o meu filho e quando olhei para trás vi que eles massageavam o neném. Só soube pela TV soube que não tem UTI no hospital", contou a mãe.
A mãe prestou depoimento na DRCCSP (Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública), no Rio de Janeiro.

CARIMBO
O delegado titular da DRCCSP, Fábio Cardoso, afirmou que o Silvino é ex-estudante de Medicina, abandonou a faculdade em 2003 e atuava no hospital de Belford Roxo há pelo menos dois anos.
De acordo com ele, o acusado usava o carimbo do dono da clínica, Deodalto José Ferreira, para assinar documentos, receituários e fichas médicas.
"Silvino era o único responsável pela clínica no domingo. Lá havia pelo menos 40 mulheres internadas e um centro cirúrgico com pacientes em trabalho de parto. Todas as evidências indicam que o Deodalto tinha conhecimento desse fato", afirmou o delegado.

DEPUTADO
O candidato a deputado estadual Flávio Campos Ferreira (PR), que seria um dos sócios da clínica, está sob investigação do Ministério Público Eleitoral.
"Encontramos diversas irregularidades. Há relatos de testemunhas de que a unidade fazia laqueadura, cirurgias plásticas e ligação de trompas em troca de votos", disse o delegado.
A Polícia Civil também investiga a suposta participação de outros 10 médicos, já identificados, no esquema criminoso.


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