DA REPORTAGEM LOCAL

"Agora a gente come muita coisa pronta, miojo, enlatado. Eu não fui acostumada com isso", conta a dona-de-casa Sildélia Leto Biolo, 51. Responsável pela refeição do marido e do filho, ela nota que, de uns tempos para cá, os hábitos alimentares mudaram muito.
Ela conta que o filho de 28 anos não gosta de verduras e troca facilmente as vitaminas e minerais desses alimentos por fartos pratos de massas. "Acho até que a macarronada acaba substituindo o arroz e feijão algumas vezes. Mas, em casa, temos o hábito de comer feijão até no jantar do domingo, já que no almoço o tradicional é o macarrão", diz.
O cardápio de Sildélia não inclui peixes com freqüência. Apenas aos sábados, filés de corvina ou de pescada fazem parte do menu doméstico. "E eu não gosto de camarão nem de frutos do mar. Então, o consumo desse tipo de alimento em casa é muito pequeno."
Na casa da consultora de informática Kelly Maira Moreira, 31, peixes também são alimentos pouco encontrados. "Não gosto de peixe cozido e estou tentando evitar frituras", justifica. No entanto, no carrinho de supermercado não faltam latas de atum industrializado. "Meu marido gosta tanto que até suco de atum eu poderia fazer", brinca.
Ela conta que sua nutrição mudou muito quando deixou a casa de seus pais, há sete anos. Depois do casamento, o consumo de verduras diminuiu e mais alimentos industrializados começaram a ser ingeridos. A nutrição só melhorou um pouco após o nascimento da filha Marcela, que hoje tem um ano. "Passei a me preocupar de novo com alimentos mais saudáveis", diz.
Mesmo prestando mais atenção ao que ingere, em sua casa houve um aumento do consumo de refrigerantes e uma diminuição do número de sucos naturais. "Isso fez com que diminuísse o uso de açúcar", afirma Kelly.
Já na casa da balconista Roberta Marcondes Calicchio, 29, o consumo de açúcar aumentou. "Meus filhos tomam leite e suco com muito açúcar", conta. Roberta diz procurar seguir os conselhos da mãe na hora da refeição, com bastante verdura e frutas. (SIMONE HARNIK)


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