São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 2002

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Fiscalização tem dificuldades

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor técnico do CVS (Centro de Vigilância Sanitária), Rui de Andrade Dammenhain, 41, afirma que é difícil para a fiscalização agir contra os clandestinos porque a produção costuma estar instalada em fundos de quintal e o comércio é ambulante. A partir do próximo ano, com a municipalização da saúde, ele espera aumentar o cerco contra os ilegais.
Os agentes sanitários municipais ficariam responsáveis pela fiscalização do comércio desses produtos e os estaduais, pela fabricação. Um ponto importante que precisa ser esclarecido, de acordo com Dammenhain, é como os clandestinos estão comprando a matéria-prima.
A água sanitária clandestina possui uma concentração de cloro ativo inferior à determinada na portaria número 14 do Ministério da Saúde. Enquanto a portaria estabelece uma concentração de 2,5%, nos produtos clandestinos ela é de cerca de 1,4%, de acordo com pesquisa feita pela Fipe.
Segundo Martim Afonso Penna, 57, diretor-executivo da Abiclor (associação das indústrias de cloro), muitos produtores ilegais usam soda cáustica para estabilizar a água sanitária a fim de compensar a falta de cloro. Assim, o produto dura mais. Mas provoca maior desgaste das roupas, queimaduras e, quando ingerido, lesões internas mais graves.

Preço e comodidade
Na rua Perucaba, no Carrão (zona leste de São Paulo), é raro o morador que compra produto de limpeza no supermercado.
Às segundas-feiras, a perua Kombi do Zé Carlos abastece a clientela com garrafas plásticas de água sanitária, detergentes, desinfetantes, álcool e amaciante de roupa -a maioria custa R$ 1.
A dona-de-casa Tânia Farias diz que gasta com esses produtos menos da metade que desembolsaria com os do mercado formal. "Ganho no preço e na comodidade de comprar no meu portão." (CC)


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