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Fiscalização tem dificuldades
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor técnico do CVS (Centro de Vigilância Sanitária), Rui
de Andrade Dammenhain, 41,
afirma que é difícil para a fiscalização agir contra os clandestinos
porque a produção costuma estar
instalada em fundos de quintal e o
comércio é ambulante. A partir
do próximo ano, com a municipalização da saúde, ele espera aumentar o cerco contra os ilegais.
Os agentes sanitários municipais ficariam responsáveis pela
fiscalização do comércio desses
produtos e os estaduais, pela fabricação. Um ponto importante
que precisa ser esclarecido, de
acordo com Dammenhain, é como os clandestinos estão comprando a matéria-prima.
A água sanitária clandestina
possui uma concentração de cloro ativo inferior à determinada na
portaria número 14 do Ministério
da Saúde. Enquanto a portaria estabelece uma concentração de
2,5%, nos produtos clandestinos
ela é de cerca de 1,4%, de acordo
com pesquisa feita pela Fipe.
Segundo Martim Afonso Penna, 57, diretor-executivo da Abiclor (associação das indústrias de
cloro), muitos produtores ilegais
usam soda cáustica para estabilizar a água sanitária a fim de compensar a falta de cloro. Assim, o
produto dura mais. Mas provoca
maior desgaste das roupas, queimaduras e, quando ingerido, lesões internas mais graves.
Preço e comodidade
Na rua Perucaba, no Carrão (zona leste de São Paulo), é raro o
morador que compra produto de
limpeza no supermercado.
Às segundas-feiras, a perua
Kombi do Zé Carlos abastece a
clientela com garrafas plásticas de
água sanitária, detergentes, desinfetantes, álcool e amaciante de
roupa -a maioria custa R$ 1.
A dona-de-casa Tânia Farias diz
que gasta com esses produtos menos da metade que desembolsaria
com os do mercado formal. "Ganho no preço e na comodidade de
comprar no meu portão."
(CC)
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