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Centralizador, reitor tentou a carreira política
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
Nenhuma decisão importante é tomada na Uniban sem passar pelo crivo
expresso de Heitor Pinto
Filho. Aos 63 anos, ele é
fundador, dono e reitor da
universidade, além de presidente da entidade mantenedora da instituição.
A centralização natural
das empresas de origem
familiar é ainda mais acentuada na Uniban. Ao contrário de outras universidades, ela não tem pró-reitores (de graduação, de
pós-graduação e de pesquisa, por exemplo).
O papel que caberia aos
pró-reitores é diluído entre diversos conselhos.
Um deles é presidido pelo
próprio Pinto Filho.
O reitor não gosta de
usar a internet, segundo
pessoas que trabalham e
trabalharam com ele -o
computador em sua mesa
poucas vezes é ligado. Prefere comunicar-se por escrito e por telefone.
Por outro lado, Pinto Filho gosta de ser chamado
de "doutor". É assim que
ele se apresenta na página
da Uniban. O reitor, entretanto, não tem doutorado.
É formado em direito pela
PUC-SP.
Pinto Filho costuma
chegar à sede da Uniban,
no Morumbi (zona oeste),
apenas à tarde, ficando até
perto da meia-noite.
Ele nasceu numa família
de classe média de São
Paulo. Seu avô e seu pai já
se dedicavam à educação.
De acordo com a Uniban, o
avô fundou no início do século passado, em Santana
(zona norte), o primeiro
colégio privado de São
Paulo, o Buenos Aires (hoje Padre Antonio Vieira).
Nos anos 70, Pinto Filho
adquiriu sua própria escola. Na década seguinte, começou a comprar faculdades. Da unificação de quatro instituições surgiu o
Centro de Ensino Unificado Bandeirante, que mais
tarde ganharia o status de
universidade e se transformaria na atual Uniban.
O reitor tentou, sem sucesso, fazer carreira política. Nos anos 80, seus planos de ser deputado constituinte não decolaram.
No final dos 90, foi suplente na candidatura ao Senado do ex-jogador de basquete Oscar. Em 2002, foi
o vice na chapa de Paulo
Maluf na disputa eleitoral
pelo governo do Estado de
São Paulo.
A amizade com Maluf
acabou após a campanha.
Pinto Filho deixou o PPB
(atual PP). Um dos estopins foi o fato de a família
do ex-prefeito de São Paulo ter vendido à concorrente UniNove um terreno na Liberdade (centro)
cobiçado pela Uniban.
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