São Paulo, segunda-feira, 12 de janeiro de 2004

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Cristovam afirma que fará debates

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Cristovam Buarque (Educação) diz que promoverá neste semestre debates públicos e estimulará a formulação de estudos sobre a reforma universitária, que deve sair apenas em 2005. "Não é possível ingressar no século 21 sem pensarmos em uma reforma universitária", afirma.
Cristovam diz que é favorável a mudanças e à maior autonomia da universidade brasileira. "O importante é que, quando se faz um estudo, haja uma proposta que abranja tanto as instituições públicas quanto as particulares", afirmou ele ontem.
"Acho ótimo que haja pessoas pensando sobre isso", disse, sobre a proposta da filósofa Marilena Chaui. A última reforma universitária foi realizada em 1968, afirma, quando vivia-se no regime militar e a maioria dos estudantes estava na escola púbica.
Hoje, cerca de três quartos dos alunos do ensino superior estão nas instituições particulares. "Sem falar nos avanços tecnológicos. A universidade e as necessidades nacionais são outras."

Cronograma
Um projeto de reforma universitária deve ser entregue à Casa Civil em junho deste ano. A idéia é que, no segundo semestre, o texto seja encaminhado, debatido e votado pelo Congresso. Finalmente, a reforma será implementada a partir de 2005. "Gostaria que o estudo [de Marilena Chaui] fosse entregue para mim, e não ao presidente", afirmou.
Para o ministro, a autonomia das universidades, uma das principais propostas defendidas pelo grupo de Marilena Chaui, é possível desde que haja avaliação dos cursos oferecidos. Se o mercado quer um professor de física, exemplifica, pode caber à universidade estudar e implementar a melhor maneira de formar seu aluno. No entanto é tarefa do governo verificar a qualidade do profissional e as condições de ensino oferecidas.
Segundo Cristovam, o sistema possibilitaria até a formação de convênios entre o governo e as universidades, pelos quais o Estado requisitaria um tipo de profissional que será necessário para o desenvolvimento nacional, e a universidade capacitaria os seus estudantes para isso.



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