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OUTRO LADO
Preparador físico e médico negam inexperiência
LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O médico Mauricio Mod, o
cardiologista Marcelo Demarchi e o preparador físico Eduardo Borges, todos de Sorocaba
(100 km de São Paulo) concordam: a tragédia que vitimou o
dentista Eduardo Alvarenga da
Silva em sua tentativa de conquistar o pico do Aconcágua
foi resultado de uma fatalidade.
"Eles prepararam-se intensamente, em atividades que tiveram início há um ano. Foram
aos Estados Unidos e ao Canadá comprar equipamentos e
roupas especiais. Fizeram subida em montanha da Bolívia
com mais de 5.000 metros, submeteram-se a treinos árduos de
duas horas diárias, todos os
dias, inclusive sábados e domingos", disse Mod.
Segundo ele, proprietário da
clínica de medicina desportiva
Ápice, onde o casal fez os preparativos físicos, a cargo do
treinador Eduardo Borges, dois
exames ergométricos testaram
a capacidade cardíaca dos
aventureiros.
Um dos testes foi feito no início dos treinos, outro a menos
de um mês da viagem ao Aconcágua. Ambos foram acompanhados pelo doutor Demarchi.
"As condições deles eram absolutamente normais. Mas as
condições na montanha são
absolutamente anormais", diz.
Para lidar com a anormalidade, o casal foi para a Bolívia, em
setembro do ano passado, participar de curso de uma semana de escalada em gelo. Escalaram a Cordilheira Real (denominação local dos Andes).
No site que mantinham na
internet, os aventureiros contam que, a 4.100 metros de altitude, começaram a sentir os
sintomas do ar rarefeito, "que
foram rebatidos com muita
água e chá de coca".
No estágio boliviano, os dois
testaram a capacidade de proteção dos equipamentos que
compraram nos EUA e Canadá. "Funcionaram muito
bem", resume o site.
Quanto ao fato de o casal não
ter usado guias, o preparador
físico conta que eles sempre
disseram que queriam fazer o
percurso sozinhos. "Essa era a
forma de lidarem com o perigo.
Sempre juntos, unidos."
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