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SOB NOVA DIREÇÃO
Para Mauro Ricardo, projeção feita pelo governo do PT é irreal
Secretário aponta erro de R$ 2 bi no Orçamento de SP
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário municipal das Finanças de São Paulo, Mauro Ricardo Machado Costa, afirmou
ontem que o Orçamento da cidade para 2005 é irreal. "Há um erro
de R$ 2 bilhões a ser ajustado."
Aprovado ainda na gestão Marta Suplicy (PT), o Orçamento deste ano prevê uma receita total de
R$ 15,2 bilhões. Segundo o secretário, "superestimaram a receita e
subestimaram as despesas".
Mauro Ricardo apontou o suposto erro, mas não detalhou números. Ele se limitou a dizer que
as despesas de pessoal devem superar o valor projetado e que as
receitas de tributos e as transferências federais à prefeitura serão
menores do que as previstas.
Procurada ontem à tarde, sua
assessoria informou que há R$ 1
bilhão em receitas superestimadas e R$ 1 bilhão em despesas subestimadas.
Uma parte da avaliação do secretário das Finanças de José Serra (PSDB) não encontra respaldo
na execução orçamentária do ano
passado e numa projeção futura.
As despesas com o funcionalismo público (ativos e inativos) em
2004 somam R$ 4,82 bilhões, segundo dados oficiais da prefeitura. Aplicando a inflação prevista
para este ano (6,5%, pelo IPC-Fipe), o número atingiria R$ 5,13 bilhões.
O orçado para 2005 é ainda
maior -R$ 5,49 bilhões. E, mesmo com o corte em cargos de confiança já anunciado pela atual administração, o secretário das Finanças acha que o valor superará
essa cifra ao final deste ano.
Quando Costa fala em receitas
superestimadas, os números lhe
dão respaldo. Em 2004, a arrecadação de tributos (impostos, taxas e transferências) foi de R$ 5,95
bilhões. Contabilizando a inflação
para este ano, o número subiria
para R$ 6,33 bilhões.
É um valor menor do que os R$
6,7 bilhões projetados no Orçamento para 2005 -corroborando a tese do secretário de que a
previsão está inflada.
A assessoria da ex-prefeita disse
que não houve aumento real nos
valores do Orçamento. Apenas
uma correção pela inflação.
Ressaltou que assessores de
Marta convidaram a equipe de
Serra para discutir o assunto com
os vereadores, mas que eles não
participaram das conversas.
As afirmações de Costa foram
feitas após audiência com 50 empresários da construção civil. Eles
foram cobrar dívidas relativas ao
final da gestão Marta -R$ 64 milhões, sendo que parte do serviço
já foi executada.
O secretário garantiu que "não
haverá calote". "Vamos pagar de
acordo com nossas possibilidades", afirmou. As dívidas começarão a ser quitadas em fevereiro.
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