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Kassab quer propaganda em praças
Com a proibição dos outdoors, prefeito tenta atrair empresas a adotar espaços públicos em troca da liberação de propaganda
Em praças de até 200 m2, podem ser instaladas até 4 placas de 50 cm de altura por 72 cm de largura; espaço publicitário pode ser vendido
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com outdoors proibidos, a
prefeitura oferecerá uma alternativa para que as empresas façam propaganda nas ruas de
São Paulo: a adoção de praças e
áreas públicas.
O projeto existe desde fevereiro de 2003, foi anunciado de
novo em outubro de 2005 e será novamente relançado agora,
mas com o discurso de que é
uma possibilidade de explorar
propaganda em uma cidade livre da poluição visual.
Quem adota uma praça, canteiro central de avenida, área
verde, túnel, ponte, passarela,
viaduto ou prédio público pode
anunciar nesses locais, já que a
lei de outdoors permite o
"anúncio indicativo especial".
As placas com os anúncios
têm tamanhos limitados. Em
praças de até 200 m2, por exemplo, podem ser colocadas até
quatro placas de 50 cm de altura por 72 cm de largura. Já canteiros centrais de avenidas podem receber uma placa de 1,5m
de altura por 1m de largura a
cada 100 m2.
Mesmo com as limitações de
tamanho, a prefeitura aposta
que conseguirá adesões. Como
a lei não exige que o anúncio
seja obrigatoriamente da empresa que fez o contrato, na
prática o espaço publicitário
pode ser vendido livremente.
O secretário de Coordenação
das Subprefeituras, Andrea
Matarazzo, afirmou que a região da Sé -da qual ele também é subprefeito- já tem cerca de 50% de suas áreas adotadas por conta do programa lançado em 2005.
Ele disse que a prefeitura vai
negociar com o interessado em
áreas da região central da cidade para que também adotem
praças na periferia.
No total, São Paulo tem cerca
de 4.400 praças que podem ser
adotadas, e menos de 1.000
áreas são mantidas por meio
desse programa.
A lei do prefeito Gilberto
Kassab (PFL) foi criada em setembro de 2006 e passou a valer no dia 1º de janeiro para
outdoors, painéis e faixas. O comércio tem até 31 de março para adequar suas fachadas.
Porém, uma série de decisões judiciais impede a execução total da lei. Uma sentença
obtida pelo Sepex (Sindicato
das Empresas de Publicidade
Exterior) dá direito às 44 empresas filiadas de manter suas
propagandas até 31 de março.
Outra liminar beneficia os
cerca de 40 mil filiados à ACSP
(Associação Comercial de São
Paulo). Para eles, não foi sequer fixado um prazo a retirada
dos anúncios.
Hotéis, bares e restaurantes
também conseguiram na Justiça, nesta semana, uma liminar
que os libera de cumprir a lei
por tempo indeterminado.
A prefeitura informou que
está recorrendo de todas as
decisões.
Nesta semana, a prefeitura
começou uma campanha em
jornais e revistas na qual alerta
as empresas de outdoors,
anunciantes e proprietários de
terrenos sobre a lei. O anúncio
ressalta o valor da multa: mínimo de R$ 10 mil por anúncio
para cada um dos envolvidos.
A campanha custou R$ 822
mil e será paga pela SPTuris
-empresa municipal que cuida
do turismo. De acordo com
Caio Carvalho, presidente da
SPTuris, o fim da poluição visual traz uma propaganda positiva para a cidade.
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