São Paulo, quinta-feira, 12 de março de 2009

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análise

Corrupção não é mais o foco da PF

MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

É artigo de antiquário aquela Polícia Federal que atuava no combate à corrupção. Agora, as prioridades são tráfico de drogas e ambiente. Das 27 operações realizadas neste ano, 14 foram de combate ao tráfico de drogas, três sobre ambiente e duas acerca de corrupção pública -as outras oito envolvem questões como tráfico de pessoas e adulteração de combustível.
As reclamações de políticos e criminosos de colarinho branco contra a PF parecem ter surtido efeito. Neste ano, só foram duas novas operações sobre desvio de verbas e fraude em licitações. Ocorreram longe dos centros mais importantes do poder: em Cocal (PI) e no Amapá.
No ano passado, o principal alvo da PF foram drogas (120 operações), seguida de fraudes (108) e ambiente (55). Entre 2003 e 2005, corrupção era a principal preocupação, com 32 ações. Ocorreram apenas 13 operações contra tráfico de drogas.
O atual superintendente da PF, Luiz Fernando Corrêa, elegeu drogas e ambiente como prioridades por acreditar que há uma demanda da sociedade por mais ação da polícia nessas áreas. O ganho óbvio do governo é que há menos queixas de políticos e de financiadores de campanha.
A eleição produz momentos de humor involuntário. Uma das operações realizadas neste ano, em Fortaleza, chamada Voo Livre, combatia as rinhas de canário. Em MT, a Operação Uauiara atacou a pesca ilegal. O ataque ao desmatamento na Amazônia, apontada pela PF como uma das prioridades, até agora não produziu resultados dignos de nota.


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