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análise
Corrupção não é mais o foco da PF
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
É artigo de antiquário
aquela Polícia Federal que
atuava no combate à corrupção. Agora, as prioridades são tráfico de drogas e
ambiente. Das 27 operações realizadas neste ano,
14 foram de combate ao
tráfico de drogas, três sobre ambiente e duas acerca de corrupção pública
-as outras oito envolvem
questões como tráfico de
pessoas e adulteração de
combustível.
As reclamações de políticos e criminosos de colarinho branco contra a PF
parecem ter surtido efeito.
Neste ano, só foram duas
novas operações sobre
desvio de verbas e fraude
em licitações. Ocorreram
longe dos centros mais importantes do poder: em
Cocal (PI) e no Amapá.
No ano passado, o principal alvo da PF foram
drogas (120 operações),
seguida de fraudes (108) e
ambiente (55). Entre 2003
e 2005, corrupção era a
principal preocupação,
com 32 ações. Ocorreram
apenas 13 operações contra tráfico de drogas.
O atual superintendente
da PF, Luiz Fernando Corrêa, elegeu drogas e ambiente como prioridades
por acreditar que há uma
demanda da sociedade por
mais ação da polícia nessas
áreas. O ganho óbvio do
governo é que há menos
queixas de políticos e de financiadores de campanha.
A eleição produz momentos de humor involuntário. Uma das operações realizadas neste ano,
em Fortaleza, chamada
Voo Livre, combatia as rinhas de canário. Em MT, a
Operação Uauiara atacou
a pesca ilegal. O ataque ao
desmatamento na Amazônia, apontada pela PF como uma das prioridades,
até agora não produziu resultados dignos de nota.
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