São Paulo, quinta, 12 de março de 1998

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Passagem da ponte aérea cai para R$ 115

ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio

A Ponte Aérea respondeu rapidamente à guerra de preços nas passagens aéreas entre Rio e São Paulo deflagrada pela TAM, na segunda-feira passada, e seguida pela Rio Sul, anteontem.
Ontem mesmo, as passagens do pool operado pela Varig, Vasp e Transbrasil já eram vendidas a R$ 115, sem a tarifa de embarque de R$ 7,20 incluída. Antes, saíam a R$ 164,55. A decisão foi anunciada ontem.
Tanto a Ponte Aérea como a Rio Sul, subsidiária da Varig para aviação regional, estão cobrando R$ 115 -valor inferior à oferta da TAM, a R$ 119. Os preços das passagens caíram antes de as empresas inaugurarem os novos vôos previstos para a rota Rio-São Paulo.
Hoje, somando-se as frequências de todas as companhias aéreas, há 43 vôos diários entre as duas capitais. Quando o aeroporto Santos Dumont, no Rio, voltar a operar, serão 74 vôos diários, um aumento de mais de 70% na oferta de passagens.
Só a Ponte Aérea, que tem 30 vôos diários, passará a oferecer 35 em abril, segundo o presidente da Varig, Fernando Pinto.
TAM e Rio Sul anunciaram que começarão a operar mais vôos assim que o Santos Dumont for liberado. A TAM já começa, dia 16, a aumentar sua frequência diária, passando de 7 para 11 vôos. A meta é totalizar 23 no Santos Dumont. A Rio Sul já pediu autorização ao DAC (Departamento de Aviação Civil) para aumentar em dez vôos suas saídas diárias.
Com um aproveitamento médio de 62% nos vôos, a Ponte Aérea deverá sentir uma redução nesse número, informou Fernando Pinto. 'À demanda de passageiros também vai aumentar, ou as empresas terão problemas sérios, mas não vai crescer na mesma proporção da oferta'', disse.
Contando com um crescimento de 25% no número de passageiros, Pinto disse que esse crescimento virá de um público que não está necessariamente a trabalho.
O presidente da Rio Sul, Paulo Enrique Coco, aposta no aumento da demanda de passageiros, com um crescimento também no aproveitamento médio dos vôos de 60% para 70% ou 75%.
O vice-presidente da TAM, Luiz Eduardo Falco, também acredita no aumento da demanda. Disse que o preço será mantido a R$ 119 -'Àfinal, R$ 4 não fazem diferença''- e afirmou que está na hora de testar a elasticidade desse mercado. ''É a rota mais densa do tráfego nacional, se não der certo nessa, não funciona mais em lugar algum.''
A Ponte Aérea ainda está estudando se o sistema de descontos nos vôos de fim-de-semana voltará a ser utilizado, segundo Pinto.
O ex-ministro da Aeronáutica Mauro Gandra, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas, explica que as companhias teriam permissão para dar um desconto em cima da tarifa cheia (que era cobrada antes) de até 65%. Mas não acredita em aumento de demanda, porque a maior parte dos usuários compõe um mercado que usa porque precisa, ''é inelástico''.


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