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OUTRO LADO
Pesquisa tem impacto menor
da Reportagem Local
A Capes e o CNPq afirmam
que o impacto do corte do número de bolsas sobre a pesquisa científica nacional é menor
que o previsto pelas universidades paulistas.
"É claro que vai haver uma
desaceleração do crescimento,
mas não está sendo levado em
conta que há outros tipos de financiamento de pesquisa importantíssimos que foram
mantidos", diz o presidente do
CNPq, José Galizia Tundisi.
Ele cita como exemplo os
programas de produtividade
em pesquisa (voltados para
professores). "O que a USP
perdeu em bolsas corresponde
a cerca de 10% do que vai receber em 98 nos programas de
produtividade em pesquisa
(R$ 18 milhões)", diz.
Para Tundisi, a comunidade
acadêmica precisa mudar o eixo de discussão e repensar o
processo de formação de cientistas. "É preciso começar a
formar doutores-empreendedores, que atuem fora das universidades. O mestrado tem de
ser transformado em uma etapa da graduação e ser concluído em no máximo dois anos."
Hoje, o tempo médio de formação de um mestre na USP,
por exemplo, é de três anos e
meio e supera o tempo de concessão de bolsas (dois anos).
Ele também afirmou que, no
global, houve um pequeno aumento do número de bolsas de
doutorado (1.400), além das
que foram renovadas (4.200).
O diretor de programas da
Capes, Luiz Valcove Loureiro,
também defende a maior eficiência do sistema de pós-graduação no Brasil.
"Se um programa formar,
por ano, o mesmo número de
alunos que entra, o número de
bolsas se manterá constante.
Ninguém perde nada", diz.
A Capes usou como critério
de distribuição das cotas em 98
o número de bolsas efetivamente usadas no ano passado.
"Cortamos as bolsas novas,
mas mantivemos as cotas."
Por esse critério, argumenta
ele, a perda da USP, por exemplo, é de 6% das bolsas de mestrado e de 3% no doutorado.
Ele admite que as mudanças
são um aumento da pressão
para melhorar a eficiência da
pós-graduação.
(MA)
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