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PT quer inquérito sobre verba de ensino
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
Deputados federais da bancada
do PT entraram ontem com uma
representação no Ministério Público Federal do Distrito Federal
pedindo a instauração de inquérito civil para investigar suposta ilegalidade no valor de R$ 315 por
aluno estabelecido pelo governo
para o ensino fundamental.
Segundo a representação, o governo descumpriu disposição expressa da lei que criou o fundão,
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério. Os
deputados querem, dependendo
do resultado do inquérito, ajuizar
uma ação civil pública visando aumentar o valor mínimo por aluno.
Os deputados alegam que esse
valor teria de ser R$ 437. "A lei que
criou o fundão diz que o valor por
aluno deve ser estabelecido dividindo-se a receita total do fundo
pelo número de matriculados, ou
seja R$ 13,3 bilhões por 30,5 milhões, o que dá R$ 437", afirma o
deputado Ivan Valente (PT-SP).
O fundão é composto por 15%
das receitas de Estados e municípios. De acordo com a representação, documento da Secretaria do
Tesouro Nacional diz que essa receita será de R$ 13,3 bilhões.
O governo estabeleceu o valor de
R$ 315 por aluno e vai complementar o fundão em nove Estados.
"Caso o valor fosse R$ 437 por
aluno, o governo teria de complementar o mínimo em mais seis Estados, tendo de gastar R$ 2,2 bilhões, ao contrário dos quase R$
300 milhões reservados para esse
fim no orçamento", diz Valente.
A Folha procurou assessoria do
MEC às 16h para tentar falar com o
ministro Paulo Renato Souza sobre o assunto. Às 18h50, a assessoria informou que somente o FNDE
(Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) se manifestaria sobre a representação.
Até as 19h20, a assessoria do
FNDE não havia indicado quem
falaria sobre o assunto. Reitores de
instituições federais se reuniram
com o secretário de Educação Superior, Abilio Baeta Neves, para
discutir a situação dos salários.
Hoje, alunos de curso superior
vão acampar em frente ao MEC
em protesto contra corte em programa especial de treinamento. A
Andes, sindicato de professores
do ensino superior, apoiará o ato.
Eles pedem reajuste de 48%. Há
mobilização para greve.
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