São Paulo, quinta, 12 de março de 1998

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EDUCAÇÃO
Rede estadual de ensino não faz esse tipo de seleção há pelo menos cinco anos
SP abre concurso para 47 mil professores

FERNANDO ROSSETTI
da Reportagem Local

A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo vai abrir concurso para 47 mil professores de 5ª a 8ª série e de 2º grau entre agosto e setembro deste ano. Esse tipo de concurso não ocorre há pelo menos cinco anos na rede estadual.
O concurso não será para admitir novos professores, mas sim para transformar contratos que atualmente são temporários em cargos efetivos. Hoje, a rede estadual tem cerca de 120 mil professores lecionando nessas séries (5ª ao 2º grau). Mas apenas 50 mil deles são efetivos. Os outros 70 mil têm que renovar os contratos todos os anos. São esses que podem se beneficiar com o concurso.
A informação é da secretária de Estado da Educação de São Paulo, Rose Neubauer, que, com o governador Mário Covas, passou mais de duas horas ontem de manhã explicando a um grupo de jornalistas a reforma que vem implantando.
A reunião -chamada de "café da manhã com a imprensa"- faz parte da tentativa do governo estadual de melhorar a imagem de suas ações na área educacional.
A abertura de concurso para efetivação de professores ocorre depois de o governo ter demitido -ou "deixado de contratar", como ele diz- 20 mil professores temporários este ano. Na passagem do primeiro para o segundo ano de gestão (95-96), quando reorganizou a rede estadual, outros 27 mil professores não foram recontratados.
Ao todo, a rede este ano deverá fechar o quadro de professores em 210 mil pessoas, afirmou Rose Neubauer. Em 1995, eram 240 mil.
Segundo ela, esse "enxugamento" diminuiu a proporção de professores que não tinham a formação necessária para lecionar nas séries em que atuavam.
Este ano, a secretária aumentou a duração de cada aula, mas diminuiu o número de aulas por dia. Foi com isso que eliminou os 20 mil profissionais. A medida é criticada pelo sindicato dos professores (Apeoesp) e de diretores (Udemo), que afirma que os alunos terão menos aulas e disciplinas.
A secretária contrapõe que a rede aumentou o número de dias letivos de 180 para 200.



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