|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Decisão encerra disputa entre os secretários de Serviços e Obras e das Administrações Regionais
Pitta decide criar secretaria para o lixo
CARLOS MAGNO DE NARDI
da Reportagem Local
O prefeito de São Paulo, Celso
Pitta (PPB), decidiu criar uma secretaria municipal específica para
limpeza pública, um dos setores
mais críticos da administração
desde o início de sua gestão.
Para evitar confronto com a Câmara -a quem caberia a aprovação da criação de uma nova pasta-, Pitta pretende transferir por
decreto o setor de limpeza, hoje
sob responsabilidade da Secretaria
de Serviços e Obras, para a nova
secretaria, ainda sem denominação. Os outros setores de Serviços
e Obras, edificações e serviço funerário, seriam transferidas para
Secretaria de Vias Públicas e de
Governo, respectivamente.
A nova pasta pode vir a ser comandada por um vereador do bloco de apoio ao prefeito Celso Pitta.
A decisão do prefeito fortalece o
secretário Reynaldo de Barros,
que hoje acumula as secretarias de
Serviços e Obras e a de Vias Públicas (leia texto nesta página).
Hoje, na prática, os serviços de
limpeza de São Paulo, terceira cidade que produz mais lixo no
mundo (atrás apenas de Tóquio e
Nova York), estão divididos entre
duas secretarias. Obras e Serviços
responde pelos contratos firmados e pelo orçamento do setor e a
das Administrações Regionais pela fiscalização do serviço.
Anteontem, Pitta retirou da Câmara projeto de lei do Executivo
que propunha a transferência de
todas as atribuições envolvendo
limpeza pública da Secretaria de
Obras para a Secretaria das Administrações Regionais.
O orçamento anual para limpeza
pública é de R$ 307 milhões, verba
superior à de várias secretarias
municipais, como Abastecimento
(R$ 183 milhões), Meio Ambiente
(R$ 48 milhões), além da própria
Secretaria de Vias Públicas (R$ 96
milhões). As principais atividades
voltadas para a limpeza pública,
gerenciada pela Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana), órgão da Secretaria de Serviços e
Obras, são a varrição de ruas e coleta de lixo, realizadas por empresas terceirizadas.
Em fevereiro deste ano, Pitta
conseguiu impedir a instalação de
uma CPI (Comissão Parlamentar)
na Câmara para investigar supostas irregularidades no setor.
Reportagens da Folha e da "Folha da Tarde" mostraram em janeiro que a prefeitura paga às empresas por serviços não realizados.
Também em fevereiro, Pitta determinou a abertura de uma nova
concorrência para a contratação
de empresas de coleta de lixo e
varrição de ruas da cidade.
Nessa época, levantamento feito
pelo Datafolha mostrou que as
empresas não cumprem os contratos firmados com o município.
Segundo a pesquisa, na verdade,
as empresas varrem com uma frequência até 62% menor do que o
total para o qual são pagas.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|